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Era Paulo Sousa começa no Flamengo com boas relações e cobrança por excelência


O torcedor do Flamengo não precisa mais ficar ansioso para entender com que cara a equipe vai se apresentar sob o comando de Paulo Sousa. Hoje, 19h15, contra o Boavista, o técnico português faz sua estreia, em jogo válido pela Taça Guanabara, e começa a colocar em prática para valer o que trabalhou em 22 dias de pré-temporada.

A intensidade dos treinos e a cobrança por excelência, com subsídios em termos de informação e ideias de jogo, foram os lemas do novo treinador, que substituiu o brasileiro Renato Gaúcho, demitido ao fim de 2021. Paulo Sousa deu nova diretriz para o futebol do Flamengo dentro e fora de campo, ao exigir mais disciplina e mais comprometimento. Foi rigoroso, por exemplo, com horários que no ano passado eram pouco respeitados.

Os ajustes de comportamento foram logo percebidos, mas o treinador teve habilidade de ex-jogador para não deixar as mudanças acontecerem de forma abrupta. Foi sensível também para entender as demandas do elenco, as relações já existentes, e as lideranças presentes nos últimos anos.

A partir de então, sai o Mister simpático, que confraterniza em churrasco e faz resenhas e brincadeiras lúdicas, e entra o Paulo Sousa técnico. No caso de Renato Gaúcho, havia abertura para negociar horários de treinos, folgas, etc. Com o novo treinador, a troca é com a hierarquia clara. Há muito diálogo com líderes e até jovens sobre ideias de jogo e treino, mas o comando e disciplina são inegociáveis.

No campo, PS exibe com sua numerosa comissão um repertório vasto de conhecimento tático. Todos os dias houve trabalhos nessa linha. Quase nunca se esboçou times em coletivos. Em cada campo, por vezes, o treinador organizava os setores de forma separada, para exercitar movimentos específicos. Em um, o ataque, no outro, a defesa, e no outro, o meio-campo.

Em outros momentos, treinos para extrair o máximo de intensidade em pouco espaço, muito comuns na Europa. O técnico cobra movimentos corretos do corpo, acertos na tomada de decisões, tudo de forma didática. A novidade do Centro de Treinamento ficou por conta de um telão muito utilizado para correções no próprio campo. Antes mesmo dos treinos há vídeos com o que houve de melhora e o que precisam corrigir. Um motivador nato. Tudo embasado com conhecimentos científicos, sobretudo dos preparadores físicos Luis Salah e Antonio Gomes.

A relação com os jogadores foi facilitada por esse entendimento das ideias. E por ser um grupo que gosta de trabalhar e ser cobrado em campo, a sensação de um técnico com nível elevado de exigência foi muito bem vista internamente. Entre outras diferenças, Paulo Sousa deu especial atenção à base, conheceu muitos jovens e se informou sobre eles. Os mesmos que atuaram por dois jogos, mas também foram observados em amistosos. Agora, pretende usar os principais talentos e lapidá-los aos poucos.

Desfalques e perna pesada

Entender o que quer Paulo Sousa no Flamengo incluiu, claro, saber como jogará o novo treinador. As premissas baseadas em trabalhos anteriores, de que ele organizaria uma equipe com a opção de três zagueiros, se confirmaram nos trabalhos de campo, mas no primeiro jogo ainda é improvável que se prove como formação ideal. A estreia será com pernas pesadas devido a treinos intensos em sequência e muitos desfalques.

– Pra mim o sistema não é o mais importante. E sim a ocupação do espaço. Temos jogadores para isso. Pretendo que seja uma equipe protagonista e dominadora, com capacidade de controle de jogo e que esteja próxima da área adversária, também pressionando a bola após a perda. Esses são os conceitos gerais independentemente do sistema – disse Paulo Sousa na chegada ao clube.

A tendência é por um 4-4-2 mais clássico. Até porque o Flamengo não tem Isla, acostumado em atuar mais recuado no Chile e na Europa, e Filipe Luis está recém-recuperado de Covid-19. O mesmo aconteceu com o lateral direito Matheuzinho. A tendência é que Rodinei, com bons números na parte física, comece o jogo com o Boavista. Na defesa, que ainda não conta com Rodrigo Caio, em recuperação de cirurgia, David Luiz deve ter a companhia de Gustavo Henrique.

No meio-campo, sem Éverton Ribeiro e Arrascaeta, o início de trabalho não tem como não passar por Diego. O camisa 10, ainda que reserva, costuma ser bom elo para a implementação de uma nova filosofia por um técnico. Atuaria à frente de Arão e Andreas. No ataque, Pedro substitui Gabigol na parceria com Bruno Henrique. O atacante Marinho já está regularizado e pode ser utilizado.

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