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Eduardo Tironi: ‘Clubes abraçam questões sociais até a página 3’


Em um momento no qual o

futebol

brasileiro se depara com um caso de acusação de racismo, feita pelo volante Edenilson, do Internacional, contra o lateral português Rafael Ramos, do

Corinthians

, Eduardo Tironi lamenta que as questões clubísticas sejam colocadas acima na discussão sobre questões sociais importantes como a luta contra o racismo e contra a homofobia.

No

UOL News Esporte

, o jornalista cita a

manifestação dos clubes

de futebol ontem (17) devido ao Dia Internacional de Combate à Homofobia e a forma como clubes colocaram questões de rivalidade acima da própria causa, o Corinthians ao utilizar

a bandeira do arco-íris sem a cor verde

e o Palmeiras com uma publicação usando apenas o verde.

“Eu sempre acho que essas coisas, os clubes lamentavelmente no Brasil abraçam até a página 3, a gente teve ontem o Dia Mundial contra o Preconceito LGBTQIA+ e aí os clubes postaram nas suas redes sociais porque isso dá aquela melhorada na imagem, é muito bacana e tal, e aí o Corinthians posta a bandeira do arco-íris sem verde porque o verde é do Palmeiras, o Palmeiras posta uma mensagem só com verde porque verde é a cor do Palmeiras. Aí não tem mensagem, aí você está focado exatamente no clubismo e esquece a questão de preconceito homofóbico”, diz Tironi.

“É por isso que eu acho também que os clubes precisam abraçar essa coisa de uma maneira mais firme e não só de maneira protocolar”, completa.

O jornalista afirma que no próprio caso do racismo denunciado por Edenilson, muitos torcedores defendem Rafael Ramos ou o condenam antes da resolução do caso apenas pensando no melhor para o próprio clube.

“Nesse caso de racismo do jogo do Corinthians contra o Internacional, no fim das contas a discussão ficou uma discussão ‘meu time tem razão’ ou ‘meu time não tem razão’. Claro que ninguém sabe o que aconteceu ainda, tem que ser apurado”, diz Tironi.

“Clubes, torcida, entidades precisam entrar mais firme nessa questão contra o preconceito racial ou homofóbico, é sempre tudo muito suave, muito até a página 3 e quando envolve clube, o clubismo toma conta, eu acho isso lamentável”, completa.

Andrei Kampff, que publica a

coluna Lei em Campo

no

UOL

, concorda que a luta contra o racismo ou a homofobia não podem ser influenciadas pelas questões relacionadas aos clubes, apontando uma falta de coerência.

“O Marcelo Carvalho, do Observatório do Racismo, também tocou na segunda questão, que ele disse o seguinte, quando a gente é antirracista e a gente levanta uma bandeira, a gente levanta uma bandeira contra uma situação, independentemente da nossa bandeira clubística, isso é fundamental. A gente é antirracista sempre dentro de casa, fora de casa ou dentro da arquibancada que a gente frequenta, isso é fundamental, é ter coerência nas nossas ações, senão a gente vive um déficit de coerência gigante que explica muito o momento que o Brasil está vivendo”, conclui.

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