O
Flamengo
teve uma atuação infernal contra o
Atlético-MG
. A
vitória de 2 a 0
garantiu vaga nas quartas-de-final da Copa do Brasil e mostrou um excelente desempenho: além de criar chances e obrigar Éverson a fazer grandes defesas, a equipe carioca anulou completamente Hulk e as investidas do Galo, um dos times mais fortes do Brasil.
O bom jogo se dá pela adoção de um novo esquema tático no Flamengo: o 4-3-1-2,
também chamado de losango no meio-campo por ter quatro jogadores dispostos quase que num quadrado. Veja na imagem:
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Flamengo jogou com um losango no meio-campo contra o Tolima e Galo — Foto: Reprodução
Flamengo jogou com um losango no meio-campo contra o Tolima e Galo — Foto: Reprodução
Usado pela primeira vez no 7 a 1 contra o Tolima, o novo esquema vem respondendo a alguns desafios que Paulo Sousa não conseguiu responder no primeiro semestre
É uma forma de acomocar Pedro e Gabigol juntos no ataque sem sacrificar a marcação.
Faz com que Éverton Ribeiro atue numa faixa onde vê e pensa o jogo de frente.
Usa todo o potencial de explosão de Rodinei, um dos melhores do time
E até acha espaço para Vidal, que pode ocupar o lugar de João Gomes
Éverton Ribeiro como peça-chave na construção das jogadas
O esquema tático é um ponto de partida. Abaixo, você verá que ele se desmancha quando o time tem a bola (e precisa se organizar para atacar), quando perde a bola (e precisa roubar lá na frente) ou quando se defende no próprio-campo.
Sendo assim,
porque é tão importante entender o esquema?
Porque ele
possibilida que jogadores possam fiquem em pedaços do campo mais estratégicos.
Quando o Flamengo começa suas jogadas ofensivas, o time forma uma saída de três com Thiago Maia encostando na zaga e João Gomes na mesma faixa dos laterais, que abrem o campo. É possível imaginar Vidal nessa mesma função. Com isso, o Fla prende a marcação do ataque e do meio e faz com que Éverton fique numa faixa acima, totalmente solto em campo. Veja:
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Na construção das jogadas, os laterais e Gomes prendem o meio para que Éverton fique livre — Foto: Reprodução
Na construção das jogadas, os laterais e Gomes prendem o meio para que Éverton fique livre — Foto: Reprodução
Ter um jogador da qualidade de Éverton Ribeiro livre em campo significa um perigo. Porque ele recebe a bola e vê o jogo de frente, com todo o setor ofensivo se movimentando para dar opção de passe. Essa movimentação foi brilhante: Gabigol, Pedro e Arrasca trocavam de posição, e com Rodinei passando, Éverton conseguia conectar os jogadores talentosos mais próximos do gol.
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Éverton armava o Flamengo sempre livre, na entrelinha do Atlético-MG — Foto: Reprodução
Éverton armava o Flamengo sempre livre, na entrelinha do Atlético-MG — Foto: Reprodução
É costume olhar o que um meia-armador faz com a bola nos pés. Mas você já parou pra pensar que, sem uma opção de jogo na frente, nem Zico, nem Messi fazem milagres?
O Flamengo jogou num toque de bola bem claro: primeiro, se posicionava para atacar com aquela saída de três. Se a bola chegava no campo adversário, a ideia era trocar ao máximo de posição para criar triangulações, seja acelerando com Éverton pela direita ou de forma mais cadenciada pela esquerda. Por lá, Filipe Luís controlava mais e acionava Gabigol, que podia sair da direita, esquerda, por dentro…o Galo não conseguia marcar.
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Flamengo cheio de inversões perto do setor da bola: Galo não conseguiu marcar — Foto: Reprodução
Flamengo cheio de inversões perto do setor da bola: Galo não conseguiu marcar — Foto: Reprodução
Quando as pessoas falavam que Gabriel e Pedro não podem ajudar juntos, sempre discordei. Se eles participarem correndo para trás também, eles poderiam suprir a necessidade de retomar a bola. Isso vai filtrando para que o meio se restabeleça e as dificuldades da última linha sejam menores. É isso que a gente está vendo, todos participando. O número de bola que o João e o Thiago tomaram acredito que sejam maiores que nas duas primeiras partidas.
— Dorival Júnior fala sobre Pedro e Gabigol juntos
Encaixes que sufocavam o Galo: a bola não chegou em Hulk
Quando o Flamengo perdia a bola, a estratégia adotada era sufocar ao máximo o adversário a partir de encaixes bem definidos. Primeiro, todo mundo – incluindo Gabigol e Pedro – precisavam marcar um alvo e acompanhá-lo até ele não conseguir passar a bola com qualidade. A ideia era induzir ao chutão, fazer a falta ou retomar a bola.
Na imagem abaixo, você vê um desses encaixes com Gabigol incomodando um zagueiro, o que qualquer atacante no mundo pode fazer.
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Encaixes do Flamengo sufocavam a saída do Atlético — Foto: Reprodução
Encaixes do Flamengo sufocavam a saída do Atlético — Foto: Reprodução
E se desse errado, por algum motivo, principalmente porque o outro lado tem qualidade? Então o Flamengo marcava seu próprio campo também com encaixes. Pedro e Gabigol voltavam até a linha de meio-campo, correndo para trás e sufocando os volantes e zagueiros. Já o meio se desmanchava todo na ideia de encaixar e não deixar a bola ir para frente.
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Flamengo marcando o próprio campo: Gabigol e Pedro podem jogar juntos e ajudar na marcação — Foto: Reprodução
Flamengo marcando o próprio campo: Gabigol e Pedro podem jogar juntos e ajudar na marcação — Foto: Reprodução
São poucos jogos com o novo sistema, mas o excelente desempenho com o time titular – 9 gols feitos e apenas 1 sofrido – reforça a ideia de que muitas das questões do Flamengo podem desaparecer com o novo esquema. E ainda tem Wallace e Wendel, peças que chegam justamentee para criar mais opções no meio, junto a Vidal.
Afinal, tudo tem seu lado positivo e negativo. Se o losango cria agressividade e sufoca, também provoca cansaço – o Flamengo soube se defender no segundo tempo, também com encaixes. Mas pensando no calendário insano do Brasil, é importante ter banco para que a estratégia não canse o time para a sequência da temporada, que terá mais uma etapa da Copa do Brasil.
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