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Do desconforto à sobra de qualidade técnica, a virada do Flamengo


Foram dois jogos em um na Ressacada, de um primeiro tempo desconfortável para o Flamengo até uma segunda etapa com 13 finalizações rubro-negras contra sete do Avaí, algumas delas em oportunidades claras. A esta altura, o Flamengo se impunha num cenário de um jogo muito aberto. E nele, ficou escancarada a maior diferença entre os dois lados: a qualidade dos jogadores, brutalmente concentrada no lado rubro-negro.

Gabigol comemora gol de Pedro em Avaí x Flamengo — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
1 de 1 Gabigol comemora gol de Pedro em Avaí x Flamengo — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Gabigol comemora gol de Pedro em Avaí x Flamengo — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Porque até o intervalo o Avaí era, desde que a sequência de boas atuações recentes do Flamengo foi inaugurada, o time que mais expôs o lado vulnerável do losango de meio-campo da equipe de Dorival Júnior. No eterno cobertor curto do futebol, não há sistema que não tenha seus pontos frágeis, e o Avaí explorava seguidas inversões de bola para encontrar seus homens que caíam pelos lados do campo com tempo e espaço. Defender a largura do campo é o maior desafio para equipes montadas num 4-3-1-2, desenho do Flamengo atual.

Mas o Avaí de Eduardo Barroca tem também a virtude da coragem. Assumia riscos ao tentar dividir o protagonismo do jogo com o Flamengo e ao pressionar a saída de bola rubro-negra. E este foi outro ponto em que os visitantes sofreram. Com a linha defensiva toda modificada, além da ausência de Thiago Maia, a equipe tinha imensa dificuldade para iniciar a construção contra um Avaí que diminuía o espaço. Mesmo se arriscando ao obrigar seus defensores a enfrentarem atacantes talentosos em campo aberto.

Diego, que fez bom início de jogo, aos poucos teve enorme dificuldade para iniciar as jogadas sob pressão, com pouco tempo para dominar e distribuir o jogo. Tanto com bola ou sem, o Flamengo tinha momentos de desconforto. No entanto, quando conseguia acionar seus atacantes, encontrava espaços e, num jogo assim, era até normal que tivesse as melhores oportunidades. A diferença de qualidade técnica já se anunciava como o grande ponto de desequilíbrio de um jogo que, taticamente, o Avaí até conseguia conduzir mais à sua forma. Nas chances criadas, o Flamengo tinha as mais claras.

Dorival Júnior tentou intervir. Voltou para o segundo tempo com Éverton Cebolinha no lugar de Diego. Era o primeiro passo para um jogo totalmente diferente na parte final. O Flamengo passaria a ter um 4-2-3-1, com João Gomes ao lado de Everton Ribeiro na dupla de volantes, embora o segundo tivesse mais aproximação com o ataque. Gabigol partia da direita, com Cebolinha à esquerda, e Arrascaeta mais próximo de Pedro. Numa bola parada, o Avaí fez seu gol, rapidamente respondido por Pedro.

Era outra partida na Ressacada, porque o Avaí tinha menos pernas para pressionar o Flamengo e ligar contragolpes, embora os espaços cedidos pelos rubro-negros fossem bem mais generosos. O time de Dorival concentrava talentos na frente, sobrecarregando a defesa dos donos da casa, mas abria demais o meio-campo. Como o Avaí pagava um preço pelo esforço da etapa inicial, o que se via era uma espécie de jogo entre times partidos ao meio, com o centro do campo esvaziado.

E este, claramente, é um bom negócio para o lado mais talentoso. E no caso da partida deste domingo, o desequilíbrio entre os talentos dos dois lados era grande. Em campo aberto, o Flamengo empilhou oportunidades e, a rigor, permitiu pouca coisa ao Avaí. A 13 minutos do fim, Vidal estreou no lugar de Éverton Ribeiro, tentando renovar fôlego em um jogo que obrigava os meias a cobrirem porções extensas de campo.

O chileno, aliás, fez um desarme na origem do segundo gol, outro lance em que o Avaí permitiu ao Flamengo atacar o espaço. Gabigol, que falhava ao finalizar, achou belo passe para Arrascaeta dar a Pedro o gol da virada. Outra vez o centroavante, agora submetido a um contexto coletivo que explora suas melhores características, foi decisivo. O placar era justo àquela altura. Com três vitórias seguidas, o Flamengo segue tentando recuperar o tempo perdido no Brasileiro. Resta saber se haverá tempo de ainda brigar pelo título.

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