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Diniz relembra eliminação para justificar vitória contra Fla: ‘Aprendemos’


O

Fluminense venceu o Flamengo hoje (18), por 2 a 1, no Maracanã, em um jogo quente e com muitas expulsões.

A vitória tricolor frustrou a tentativa do Flamengo reassumir a vice-liderança do Brasileirão e ainda colocou o

Fluminense com os mesmos 45 pontos que o rubro-negro, apenas atrás do Flamengo por conta dos critérios de desempate.

Na coletiva após o jogo, o técnico Fernando Diniz, que está muito prestigiado pela diretoria, torcida e elenco do clube, fez questão de frisar inúmeras vezes que a eliminação na Copa do Brasil na última quinta-feira (15), para o Corinthians, não foi merecida, mas que o Fluminense aprendeu lições com o jogo.

“Eu acho que o jogo de quinta-feira foi muito dolorido

pra

gente, ainda mais que, por mais que a gente fale que o placar de 3 a 0 não traduz, de maneira nenhuma o que foi o jogo, seria muito mais justo o Fluminense ter ganho a partida de 3 a 0 aqui no Rio do que a gente perder de 3 a 0 pro

Corinthians

lá. A gente oscilou naquele jogo e o time, o mais importante, aprendeu a lição do jogo de quinta. O time jogou muito mais perto. Tomou riscos, é verdade, alguns riscos exagerados, mas é melhor você tomar riscos com todo mundo junto do que ficar como ficamos com o Corinthians, que a gente não sabia se saía jogando ou se fazia a bola longa. A gente aprendeu uma lição dura: ficar perto. A vitória foi a desclassificação em si, era já era muito dura, o placar de 3 a 0 chega a ser cruel e com gol contra ainda de um cara que trabalha todo dia (Felipe Melo) pela paixão que ele tem pelo futebol. Foi um dia extremamente difícil, mas acho que a equipe conseguiu responder bem hoje, a equipe aprendeu e foi um dos jogos que eu mais gostei do time, um grande time, grandes homens são aqueles que sabem se fortalecer em momentos de baixa em vez de esmorecer. O Fluminense mostrou hoje que tem jogadores que honrem a camisa, eu peço que a torcida lote o estádio, que ela volte, como tinha 50 mil pessoas eu acho contra o Cuiabá. O maior patrimônio do Fluminense é o torcedor e a gente tá fazendo tudo, tudo, tudo o que a gente pode fazer

pra

dar alegria pro torcedor.”, opinou.

Thiago Maia e Matheus Martins brigam pela bola em Flamengo x Fluminense, jogo do Campeonato Brasileiro - Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/AGIF

Thiago Maia e Matheus Martins brigam pela bola em Flamengo x Fluminense, jogo do Campeonato Brasileiro

Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF


Confira outras respostas de Fernando Diniz durante a coletiva de hoje:


Vitória merecida e coragem hoje

“Eu quero abrir mandando um beijo pra minha família. Um beijo pra Simone, meus filhos, Thiago, Felipe, Carol e principalmente pra um dos meus filhos, que faz 17 anos hoje, Diego. Essa vitória é pra

você

filho, parabéns, te amo muito.

Sobre o jogo, acho que o Fluminense ganhou merecidamente e acho que o elemento principal foi a coragem que o time teve

pra

jogar sob pressão muito forte dos jogadores do Flamengo e do torcedor do Flamengo também, solidariedade, todo mundo tava muito perto pra dar opção pra sair jogando e a vontade que a gente teve de se proteger quando foi preciso e a inteligência que a gente teve também. Acho que foi uma vitória justa sob um grande rival muito bem treinado por um cara que eu admiro demais, que é o Dorival Júnior, além de ser um excelente treinador, um dos melhores, que merece tudo o que está colhendo, é uma pessoa ímpar no mundo do

futebol

.”


Diferença entre Fluminense e Palmeiras

“A diferença pro Palmeiras? Eu acho que o Fluminense não tem que pensar no Palmeiras, tem que fazer o campeonato dele, isso sim. Tem que procurar se dedicar como se dedicou hoje pro jogo, se entregar como se entregou que a gente vai colher boas coisas no futuro.”


Jogadores versáteis e treinando em outras posições

“O David Duarte deve voltar a treinar, mas independente disso, a gente tem jogadores em condições pra colocar no lugar. Os jogadores treinam, de fato, em outras posições, eles rendem bem. Quando a gente coloca o André pra jogar de zagueiro em determinados momentos, não é loteria, ele treina. Quase toda vez que ele entra ele joga bem e ele vai aprendendo a jogar ali naquela posição. A dinâmica do time é mais aberta do que um time que joga da maneira tradicional, às vezes é até bom ter o André como zagueiro, quando a gente tá espremendo demais o adversário, você ganha um jogador que tem mais saída, que chega mais na frente, isso vale pro Nathan, ele joga de qualquer coisa, joga de tudo, é o tipo de jogador que eu gosto, igual o Yago Felipe. O Martinelli já jogou de 5, 8 e 10. O Ganso terminou contra o Corinthians como 8, é uma coisa que a gente treina, a maneira fluída que o time joga possibilita isso. Tem outros jogadores treinando bem, o jogo, eu tento recuperar jogadores, descobrir possibilidades e posições, então quem vai jogar, a gente sempre tem que tão ali, sempre podem ser titulares. Quem não tá bem, pode ficar, depende do momento. Tinha gente que quando eu cheguei aqui era extremamente criticado. Hoje, quem não tá bem eventualmente, pode estar contra o Juventude. Essa dinâmica é o que eu acho que a gente precisa ter mais paciência. É o que eu falo: jogador pra tá aqui no Fluminense, não é ruim. Aqui, no Flamengo ou no Botafogo, pra chegar aqui não é ruim, mas é o que eu falo, jogadores oscilam com a pressão exagerada e tem jogador que rende, cai e depois volta a jogar. A gente vai perdendo e não pode perder ninguém, a gente tem um elenco restrito, eu gosto muito, restrito no número de jogadores, a gente tem que dar confiança pros jogadores desabrocharem e irem melhorando com o passar os treinamentos e jogos.”


Arbitragem do jogo de hoje

“É um árbitro que eu acho, há muito tempo, um dos melhores do Brasil. Ele é um dos que eu mais gosto, isso não invalida dizer que eu acho que a expulsão do David Braz foi exagerada e que isso poderia ser contornada de outra maneira. Eu questionei quando voltei isso. “Ah, reclamou”, mas se for botar pra fora todo mundo que reclamou, você não pode, se não você acaba forçando. Você como juiz tem que manter uma lógica, vai ter que expulsar 5 ou 6 caras, se não vai fazer coisa injusta. Eu não achei que teve motivo, eu não ouvi falar palavrão, é uma coisa normal que os jogadores fazem. Eu conheço o Claus há muito tempo, eu acho ele um dos grandes, talvez o melhor junto com o Wilton, os dois que apitam melhor e tão merecidamente na Copa, mas eu acho que foi exagerada. Naquele momento pode ter subido o termômetro, não teve jogadas violentas ou discussão, foi coisa pontual, acabou infelizmente expulsando jogadores, tanto do Flamengo quanto do Fluminense. Sempre que tem expulsão do jogo eu acho que prejudica o jogo, eu não acho que teve temperatura alta, o jogo foi jogado em uma lealdade muito grande.


Reflexo da eliminação

“A primeira coisa foi não deixar a noite de quinta passar em branco, aprender o que aconteceu. A maior derrota do jogo contra o Corinthians foi a gente deixar de fazer o que a gente poderia ter feito, aquele jogo não volta mais, mas tem que ficar o ensinamento. Eu acho que os jogadores perceberam que a gente precisa fazer mais e continuar fazendo. A gente nunca tem garantias de que vai vencer partidas, o jogo contra o Corinthians doeu mais porque a gente sabia que poderia ter feito mais. Ficou claro que a gente precisava jogar no nosso limite hoje, nós jogamos. Uma coisa importante de falar, que não faz parte da pergunta mas eu gostaria de pontuar é: lá, quando a gente perde o jogo, as pessoas começam a fazer e falar um monte de incoerência, hoje é um dia pra falar que o Diniz não poupa jogadores e que os caras estão desgastados e não conseguem render. Tem lógicas que a gente precisa ser mais profundo e ter mais responsabilidade no que fala. O resultado do jogo não é o balizador de tudo. Ele é o balizador de quem passa e de quem ganha os três pontos.”


Críticas para quem reclama que o time está cansado

“Hoje, por exemplo, nem teve tempo, a gente jogou quinta a noite, a gente tem trocado o time, a gente terminou o jogo jogando hoje, com 8, defendendo e tendo chance de fazer gol, mas se eventualmente perde, ia começar aquelas ilações de que “ah, tá cansado, não trocou’, isso a gente não pode falar. O que é verdade, não pode deixar de ser verdade porque o time ganhou ou perdeu. Se alguém sustenta isso como verdade, precisa falar hoje: “O Fluminense tá cansado, o Diniz não poupa jogador, o time o Fluminense não jogou, tá cansado, não poupa”. Tem que ter responsabilidade, se não fica igual o vento, a pessoa balança com o resultado, esse é o problema sério do futebol brasileiro, a gente não consegue reconhecer o que é bom, a gente só consegue reconhecer o que ganha e o que perde. Se você ganha você é bom e se você perde você é ruim, isso, de alguma forma, passa pro torcedor. Hoje era pro estádio estar cheio de tricolores naquela parte ali. O jogo contra o Corinthians na quinta, nós jogamos melhor a maior parte do tempo, pega o jogo, tira os gols e analisa o jogo como foi. Eles tiveram o mérito de marcar bem e aproveitar as chances, mas o time não jogou mal 3 a 0 e o Flu não jogou mal. Nós jogamos com um time que tem o orçamento 3 vezes maior que o nosso e aqui a gente poderia ter vencido de 3 a 0 e não fizemos. Então hoje, assim, o futebol é feito por jogador e torcedor, a gente tem que fazer uma coisa pra que as pessoas entendam o que é o jogo do futebol e não ficar nessa coisa de ganhou tá bom e perdeu tá ruim. Se for assim, sempre vai tá ruim. A mesma coisa se o jornalista errou numa matéria, se você errou em uma matéria você passa a ser ruim? Não. Você é bom pela média do que você faz e está tentando construir, eu acho que a gente tem que, cada vez mais, defender aquilo que é bom. Se você tem uma ideia e as pessoas levantaram essa discussão, precisa defender ela. O Fluminense tá cansado, ganhou o jogo cansado, isso tem que ser falado. Não é porque ganhou, se toma dois gols hoje no final, hoje ninguém vai falar que o Fábio foi mal, ele fez duas defesas no final, o Fábio não é bom, bom é pouco pra ele, ele é espetacular. Talentoso, um dos melhores que eu vi na vida, espetacular e com 41 anos. Quando o cara falha, ele não é ruim, ele falha, mas não é ruim, isso que eu acho que a gente tem que melhorar a dinâmica das discussões, se não a gente fica na mesmice, a pessoa não sabe o que fala, ganhou tá bom, pro torcedor tá ok, mas se a gente conseguir formar melhor a opinião do torcedor, todo mundo vai ganhar.”


Tempo de folga

“Pra nós, vai ser de suma importância, primeiro momento pra descansar o time, poder recuperar tanto fisicamente quanto mentalmente dessa maratona. Só pra complementar o que eu falei anteriormente, eu tenho que dar parabéns ao staff do Fluminense, o Fluminense não tem nenhum jogador no DM, o David Duarte já está treinando com o time, inclusive, então isso acontece porque os caras são muito bons, Marquinhos, Giuliano, Wagner, Filé, Chico e o Fluminense funciona porque tem muita gente e muitas mãos trabalhando, aproveitando o gancho pra falar isso. No primeiro momento vamos descansar e depois incrementar, corrigir as coisas que temos errados e hoje, embora a gente tenha ganho o jogo, cometemos equívocos que precisamos corrigir e vamos usar o tempo pra descansar e preparar a equipe pra sequência do campeonato.”


Elogios ao Fluminense após a eliminação e ao Flamengo

“O clima antes do jogo ele tava muito bom, os jogadores, assim a derrota de quinta não podia passar em branco, isso é uma coisa de um time que tem compromisso e propósito, se não tem propósito, aquela derrota leva o time pra lona. O time jogou hoje contra um melhor time, o momento do Flamengo hoje é espetacular e talvez seja o melhor time do continente, não só do Brasil, jogando futebol, uma equipe que tem dois times praticamente do mesmo nível.”


Pedido para torcida comparecer ao Maracanã

“Sobre a narrativa construída, isso é uma coisa pra melhorar, a torcida do Fluminense é linda, o jogo contra o Cuiabá tinha 50 mil, o jogo contra o Flamengo eu não sei quantos vieram, mas eu adoro ter o tricolor aí, até pra me xingar eu prefiro, ter 50 mil me xingando, a coisa mais bonita que eu gosto dessa minha passagem no Fluminense é ver o Maracanã cheio de tricolores, o time a gente tá fazendo, o torcedor do Fluminense leva o time no colo muitas vezes, se ele não tivesse aí contra o Fortaleza eu não sei se seria assim daquele jeito, se não tivesse aí na despedida e pré-despedida do Fred eu não sei se seria daquele jeito. O maior craque do time é o nosso torcedor, quando ele tá aqui apoiando, ele é apaixonado, esses que vieram aqui, os que foram em Itaquera já fizeram uma festa do caramba, é o que a gente gosta, o jogador gosta. Às vezes, desculpa por não entregar o que vocês merecem, mas não é por falta de esforço, falta de caráter ou qualquer coisa, a gente tenta, com aquilo que tem, entregar o melhor pra torcida. O time produzir com as dificuldades que tem é duro, difícil de pagar salário, de não conseguir sustentar jogador, perder jogador, é só ver a janela como os times se reforçaram. Esses times que a gente tá duelando e a gente, a gente conseguiu, essa narrativa que precisa ter, o torcedor nosso precisa ter orgulho do time, disso também, a gente tem muito menos recurso financeiro que nossos rivais e tamo aí. jogando, lutando e fazendo o nosso melhor, essa é a narrativa e a verdade dos fatos. Porque assim, como que a gente concorre? Como a gente vai lutar se a folha do Fluminense é de seis milhões e do outro time é 18 ou 20 milhões? A torcida é um elemento importante pra caramba nisso, eu sou muito grato, imensamente grato, sou muito feliz, muito feliz, adoro estar aqui. Fiquei esperando três anos pra poder voltar, só agradeço por tudo o que tem feito pelo time e peço que continue fazendo, a gente não sabe o que vai acontecer no campeonato, a gente só tem esse pra disputar agora e ele é muito importante.”


Elogios para André

“O André, pra mim, hoje, em atividade, certamente ele está entre os melhores jogadores do futebol brasileiro, seguramente. Eu acho que o futuro dele é uma estrada aberta e muito brilhante. Ele joga e consegue jogar em um nível muito alto, ele duela e você vê isso quando ele joga os grandes, contra Flamengo, contra Palmeiras, ele consegue jogar, é um cara praticamente pronto pra vingar, na minha projeção, na Europa. Ser convocado pra seleção e jogar Copa do Mundo. Quando um jogador desse não joga, a gente precisa quebrar a cabeça pra que ele não faça falta, mas ele vai fazer falta em qualquer time do Brasil no sentido do tamanho que ele tem hoje. Isso não é demérito pra ninguém, os outros são muito bons, o futebol é momento, e o momento do André é muito bom. O Nonato foi crescendo, ele tava aqui e jogando num nível muito alto, tem outros jogadores que vão vir, a gente não sabe quais, mas ele é um jogador que, não vou falar número, mas ele está entre os melhores jogadores do futebol brasileiro, independente da posição.”

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