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Diego Ribas anuncia que deixará o Flamengo em dezembro


Diego Ribas convocou uma entrevista coletiva esta terça-feira, dia em que completa seis anos no

Flamengo

, para falar dos planos para a sequência de sua carreira. Perto dos familiares, ele afirmou que deixará o clube ao fim do contrato, em dezembro deste ano. Além disso, anunciou que não jogará mais no Brasil.



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A aposentadoria só não vai acontecer se o jogador receber uma proposta que considere interessante para atuar no exterior.

– Hoje completam seis anos do anúncio da minha chegada ao

Flamengo

. Foram seis anos maravilhosos. Na renovação, ano passado, definimos que seria meu último ano no

Flamengo

e venho confirmar isso. Encerrará minha passagem pelo

Flamengo

. Não atuo também mais em outro clube brasileiro. Minha história no

Flamengo

é muito rica. Vou me dar mais meses ainda daqui para decidir se me aposento ou não. Se continuar, será fora do país. É aqui que quero viver essa reta final.

Vários jogadores estiveram na sala de entrevista, como Filipe Luís, Diego Alves, Rodrigo Caio, Gabigol e Everton Ribeiro, que durante a coletiva perguntou ao companheiro qual foi o jogo mais marcante de Diego pelo

Flamengo

.



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Diego concede entrevista no Ninho do Urubu — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo
1 de 3 Diego concede entrevista no Ninho do Urubu — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

Diego concede entrevista no Ninho do Urubu — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

– Vocês representam um grupo, passa pelo relacionamento que temos, respeito e admiração. É o que levo e levarei daqui, os relacionamentos, os títulos… Jogo mais importante para mim foi contra o Coritiba (sábado), em Brasília. A trajetória toda, 37 anos, seis de

Flamengo

, os desafios que a gente vive, estar em campo, jogar, continuar sendo importante, marcar um gol… Seis anos antes, eu fazia naquele estádio a minha estreia, agora volto e marco de novo. Continuamos escrevendo uma história bonita. Ver a alegria de vocês, compartilhamos momentos especiais. Depois desse, a final da Libertadores 2019. Queria dizer que amo vocês, dão sentido a tudo que eu faço. Só tem que me respeitar mais, são muito folgados, muitos apelidos (risos).


Veja outros trechos da entrevista:

– Ser treinador é uma possibilidade, não uma certeza. Depois que me aposentar, quero ver o futebol de fora. Tenho outros projetos, quero compartilhar minha história. Os acertos, os erros, como segui em frente. Quero transmitir isso para as pessoas, é um propósito que tenho. Farei algo relacionado a inteligência emocional para atletas. Quero dominar meu calendário quando parar. Tenho que ter esse controle. Num primeiro momento, não estará ligado ao futebol. Depois de alguns anos, se eu sentir muita falta, eu voltaria. A primeira opção é como treinador, mas tenho que estudar e aprender muito. Os planos na minha cabeça são claros, mas não quer dizer que serão fáceis. Minha família cada vez mais sente falta da minha presença, meus filhos querem viajar comigo, me querem por perto. O principal sentimento que tenho aqui hoje é gratidão. O ciclo está se encerrando e vamos em frente.


Polêmica sobre “comandar panela”

– O dia a dia é que fala. A verdade é daqueles que nos conhecem. Só espero que essas pessoas maldosas não tratem a vida de quem elas amam com a mesma dureza (Diego se emociona nesse momento). Tudo que foi feito foi construído com muita dignidade e seriedade. Mas é claro que as pessoas às vezes pegam pesado. Minha maneira de encarar isso é com muito amor. Sempre vou me posicionar. Vejo o lado bom das pessoas, mas realmente tem hora que é difícil entender onde querem chegar com tanta maldade. Sigo construindo minha história. Isso demonstra quem eu sou. Quem pode dizer isso é só quem me acompanha no dia a dia. Quero o bem do

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acima de tudo. É difícil sair. Para querer o bem da instituição, é preciso passar por cima do seu ego e vaidade. E nem todos estão dispostos a isso.

– É o melhor grupo em que já trabalhei na minha vida. Quando fala de liderança, eu sou apenas mais um. São jogadores sérios, que querem o bem da instituição. Lógico que os ataques acontecem, estou em uma posição de destaque. Mas tem momento que não dá pra entender. Não posso ficar aqui o resto da minha vida. São ciclos. Para exaltar um, como os jovens da base que estão surgindo muito bem, você não precisa desmerecer os outros. Enquanto eu estiver aqui, vou me posicionar sobre o que acho certo. Não é fácil, mas vou me posicionar. Vou seguir em frente, respeitando, mas não estou aqui para deixar o tempo passar. É preciso coragem para fazer o certo. Vou me posicionar sobre vaias, quando falam que tem panelas.


Planejamento para o próximo clube. EUA? Europa?

– Não tenho certeza de onde será e nem se eu vou, mesmo tendo possibilidades. Quero me dar mais um tempo para isso, são decisões importantes. Vai ser passo a passo. Decidi ano passado que seria meu último contrato pelo

Flamengo

. De fora vai depender. Se surgir algo bacana para mim e minha família, vamos seguir em frente. Ou posso parar. Agora quero deixar o tempo falar um pouco, sentir essas sensações, preciso ter o brilho no olhar que o

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me proporciona. Nesse momento não tenho meu futuro 100% definido.

– Falar da torcida é sempre maravilhoso, são fundamentais na nossa história. Trabalhamos para vencer, jogar bem, ser reconhecido por eles. A minha relação foi de altos e baixos, momentos muito difíceis mesmo. O que seria da minha história sem esses momentos? Como eu diria que amo esse clube se eu não tivesse sido colocado à prova? Não concordo com alguns protestos, tentativa de agressão. Mas nunca me faltaram pessoas para me abraçar, esse relacionamento de respeito e ajuda. Alguns momentos passam do tom, nossa sociedade vive um momento de certo descontrole, de não aceitar a contrariedade. Na vitória a gente se preocupa mais em xingar o adversário do que celebrar nossa vitória. Estou vendo tudo isso e não concordo. Algumas situações passam do limite. Isso é bom? Vamos refletir. Arão saiu com mais de 370 jogos, 10 títulos, entrou em campo no Maracanã ganhando de 4 a 0 e foi vaiado.

– O Vitinho agora no último jogo foi vaiado antes de entrar. Para mim, isso não é normal e nunca vai ser. Minha relação com a torcida é maravilhosa, amo eles, mas vamos refletir, por favor. Não vamos ganhar sempre. Tem hora que queremos a mudança, mas ela é natural. Como descarta jogador como o Arão? Do lado de cá somos persistentes, mas é quase uma afronta. Tenho mais de 270 jogos, será que um cara consegue vestir tantas vezes essa camisa porque é simpático? Se expressa bem? É bonito? Tem alguns que nem conseguem falar isso (risos). Se consegue isso diante de muito esforço, talento, coragem, disciplina. Se você gosta ou não, tem que respeitar. Quando tentaram me agredir, eu fiz o gol e vou abraçá-los. Sempre farei isso. Mas vou adorar se eu for aplaudido. Quando vaiam outro jogador, eu sinto também.

– Sei que a vaia faz parte, quem paga ingresso tem o direito. Mas a vaia constante, inexplicável, para quê? Não é porque o Vidal está chegando que tem que vaiar o Diego ou o Arão. Quero que ele ganhe tudo, seja aplaudido no Maracanã. Mas um dia ele vai embora e outro vai chegar. Quero que todos saiam aplaudidos e não expulsos. Temos que fazer essa reflexão. Somos fortes quando estamos juntos. Se estivermos desconectados, nos enfraqueceremos.


Pensou em desistir do



Flamengo



diante de críticas e lesões?

– Pensei. Mas minha vontade e coragem foram sempre maiores. Mas claro, sou ser humano. Tive momentos pesados. A eliminação para o Athletico ou quando eu quebrei a perna quando tudo estava dando certo. Eu pensei: ”será que não é pra dar certo?”. Jesus nos dá várias aulas e eu decidi sempre seguir em frente. Às vezes parecia que nada fazia sentido. Mesmo assim eu continuei. Depois fui presenteado de entrar na final da Libertadores. Nessa caminhada eu tive esses sentimentos, chorei demais, pensei que não era para ser, mas logo em seguida vem um sentimento maior da persistência. E cada gota de suor valeu a pena.


Entrou santista e vai sair rubro-negro?

– Ter participado de todo esse processo foi um grande prazer. Toda história tem a colaboração de muitas pessoas. Teve gente que não esteve aqui para levantar o troféu, mas sei que nos colocaram em condições de aquilo acontecer. É o que precisamos para o nosso país, nossa política. É preciso respeitar os processos. Tem que dar continuidade a algo que não foi você que iniciou, passar por cima das vaidades. Muitas vezes é preciso destruir tudo para poder falar que fez tudo. O

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soube somar forças para construir algo muito sólido. Admiro muito o presidente Landim, lado humano muito aflorado. Representam essa diretoria, a diretoria passada do Bandeira, que me trouxe. Meu coração é muito grato, passei por momentos difíceis, mas viver isso me deu a propriedade para dizer que muitas coisas foram feitas e o objetivo foi alcançado. Conquistar títulos e sempre se manter competitivo. Assim o

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está sempre no topo. A ideia era essa.

– Sobre o Santos, sempre deixei claro meu respeito. Quando estive pela última vez na Vila, eu postei um texto porque sabia que seria a última vez que estaria ali como jogador profissional. Desfrutei da caminhada, gratidão muito grande pelo clube. A história que eu tinha para escrever ali já foi escrita. Não pretendo reabrir. Tenho algo muito forte com o

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e é aqui que vou encerrar minha história no futebol brasileiro. Fica o respeito pelo Santos, mas não será uma história reaberta por tudo o que construí no

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.


Como gostaria de uma despedida?

– Se eu pudesse escolher, quem não gostaria de ser ovacionado? Mas vou viver todos os momentos. A situação do Arão aconteceu, mas não representa a opinião de todos os nossos milhões de torcedores. Sobre ser treinador, é uma possibilidade, não uma certeza. Gosto de posto que pode tomar decisões. O treinador tem essa autonomia. Mas está em segundo plano agora, tenho outros projetos nesse momento. Mas sobre futebol, seria treinador ou dirigente.

– A camisa 10 inspira graças a jogadores como Zico. Sou um privilegiado. Vesti a camisa 10 do Pelé no Santos. Fui campeão brasileiro lá. Fui 10 da Seleção, campeão da Copa América e a 10 do

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. Prazer muito grande, enorme. Cada vez que vejo a camisa 10, a camisa do

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, tenho um orgulho muito grande, respeito muito grande. Eu a peguei numa situação e estou entregando numa situação melhor. Que o próximo continue nessa caminhada, que continue inspirando jogadores. Cada vez com mais títulos e representatividade.



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Relação de amor com o



Flamengo

– Foi maravilhosa. Difícil até explicar em palavras. Cheguei aqui realizado, mas a etapa do

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foi como se tudo que eu passei nas experiências anteriores eu tivesse que colocar em prática aqui. Gestão, liderança, força mental, técnica. Fui campeão brasileiro com 17 anos de meia ofensivo. Aos 36 anos fui campeão novamente, no mesmo estádio (Morumbi), como volante. Minha relação com o

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foi assim, de alegrias, mas me trouxe dificuldades e ensinamentos. Meu filho já me viu ser ovacionado, já me viu ser vaiado, já me viu sair do estádio chorando. Mas nunca me viu desistir. Eles participaram dessa jornada e isso é muito rico. E foi o

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que proporcionou tudo isso. É um privilégio vestir essa camisa. Estou alegre e feliz para esses últimos jogos.



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Sorteio da Copa do Brasil

– Vivemos um momento muito bom, de muita humildade e trabalho. Últimos resultados foram positivos. O Dorival tem feito trabalho extraordinário. Temos que seguir dessa forma. Não tenho preferência no sorteio. Se tratando de

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, respeitamos os adversários. Quem vier pela frente vai ser difícil, mas a nossa postura será a mesma. Impor nosso jogo com intensidade, organização e coragem. Objetivo é esse.

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