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Da forma de atacar a Pedro e Gabigol juntos, Flamengo finalista é 100% de Dorival Júnior – Flamengo Com Vc, Mengo


Por Redação em 08/09/2022 às 12:10:51 Apesar de não ter montado o elenco, o time e as ideias que aplica em campo são obra exclusiva do treinador O Flamengo reafirmou sua hegemonia no cotinente e irá disputar mais um título com o Athletico, no dia 29 de outubro. São três finais em quatro anos, todas com um roteiro muito parecido: um começo de ano tumultuado, com altas expectativas, crise e uma troca de treinador que elevou o rendimento do time.

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Mesmo não tendo montado o elenco e participado do planejamento do ano, o time que venceu todos os jogos do mata-mata é 100% obra de Dorival Júnior. E não é só pela escalação ser muito diferente da que Paulo Sousa mandava a campo. É pela forma de treino e principalmente de jogar que o finalista da Libertadores é totalmente autoral.

Dorival Junior em Vélez x Flamengo

Marcos Brindicci/Getty Images

Dorival saiu de forma traumática do Ceará, onde vinha fazendo excelente campanha na Sul-Americana, e encontrou um elenco fortíssimo, mas mal aproveitado por Paulo Sousa e que vinha também desmotivado. Além do folego novo, Dorival chegou com uma nova proposta de jogo que a temporada tratou de confirmar. Já na estreia, derrota para o Inter, o novo time deu as caras: mais mobilidade e trocas de posição dentro de um 4-3-3

Dorival tinha um plano que nunca abandonou: o 4-3-1-2, esquema que usou em sua primeira passagem no Flamengo. Sua ideia era mudar a função de Éverton Ribeiro e posicioná-lo como um volante pelo lado direito. As saídas de Arão e Andreas acabaram por dar mais espaço para que Thiago Maia fizesse a função de primeiro volante, e Gomes solidificou sua vaga no time

Nesse 4-3-1-2, o losango só é perceptível sem a bola, quando o time se defende. Quando a equipe tem a bola, o Flamengo passa a formar um desenho que tem como grande intuito deixar Éverton num espaço descoberto em campo. Funciona assim: Thiago Maia faz a saída de três com os volantes, o segundo volante (Gomes ou Vidal) se projeta na linha dos laterais e o Flamengo se firma para tocar a bola.

Posicionamento do Flamengo para construir jogadas

Reprodução

Sabe essa linha de Rodinei, Gomes e Luís? Ela tem a missão de atrair a marcação do rival. Chama a marcação para a frente e com isso dá espaço para Éverton explorar as costas dos volantes, seja do primeiro ou do segundo. Essa ideia foi totalmente planejada por Dorival, uma vez que com Paulo Sousa, o time sempre se postava num 3-4-3 com a bola. Livre, Éverton faz o ataque rodar e é um dos grandes nomes do finalista.

Outro mérito exclusivo de Dorival é, enfim, fazer Gabigol e Pedro jogarem juntos. E não é pela lesão de Bruno Henrique. De Jorge Jesus a Domenec, de Renato a Ceni, nenhum outro treinador conseguiu encaixar os dois no time sem prejudicar o momento defensivo. Dorival não apenas fez isso, como transformou Pedro no maior artilheiro do Fla na competição?

Como? Primeiro, com a ideia de que se Pedro estiver sempre bem posicionado, ele vai ajudar na marcação e não vai se cansar, nem precisar ser muito exigido em valências que não tem. Segundo, uma coisa se conecta a outra: com Éverton mais solto, Arrascaeta e gabigol se movimentam mais, trocam de posição e confundem a marcação, o que abre espaço para o goleador.

A forma de marcar do Flamengo também mudou. Paulo Sousa queria um time com uma memória mais zonal. A referência mudava, mas muitas vezes era o espaço, o que fazia Gustavo Henrique e Léo Pereira precisarem ficar alinhados em muitos momentos. Dorival trocou e coloca um time com referências mais individuais, com os encaixes de marcação: cada jogador tem um setor, e o adversário que cai nesse setor deve ser perseguido até o final.

Marcação por encaixes foi inserida por Dorival no Flamengo

Reprodução

São tantas mudanças e alterações que é um crime dizer que Dorival “fez o simples”. Não existe trabalho simples. Ainda mais no Flamengo, um time de massa.

É preciso valorizar treinadores brasileiros quando encontram soluções táticas rápidas e eficientes, como Dorival fez. Um dos problemas do imaginário popular de futebol no brasil – que como todo imagnário, só existe na cabeça e não na realidade – é achar que uma equipe que marca por encaixes ou joga com trocas de posição é menos organizada ou conceitual que uma que tem um jogo posicional com faixas mais fixas de campo. Não é. São apenas formas diferentes de organizar jogadores no espaço de campo, cada uma com sua complexidade.

A final colocará dois desses treinadores, com formas de organizar o jogo quase que antagônicas. Dois brasileiros. Um recado para jamais desvalorizar treinadores só porque nasceram num determinado país ou têm certa idade: competência não escolhe passaporte, ou data de nascimento. O Flamengo da final da Libertadores, obra total de Dorival, é uma prova.

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