Gabigol
e Pedro podem jogar juntos? Quantas você ouviu essa pergunta nas últimas duas temporadas? A má notícia é que isso deve pode continuar durante algum tempo. A boa é que, com Paulo Sousa, as chances de os talentosos atacantes formarem a dupla de frente do Flamengo é muito maior. O histórico recente do técnico português indica isso, mas há um detalhe importante para ser levado em consideração.
Abordarei o tal ”detalhe” alguns parágrafos abaixo. Antes de mais nada é importante dizer que escalar dois jogadores com mais características de ”camisa 9” aconteceu na seleção polonesa, por exemplo.
Gabigol e Pedro não são iguais. O primeiro precisa circular do meio para a direita, criar os espaços que vai atacar em seguida, fazer diagonais e atacar espaços. O segundo tem um excelente pivô, presença forte na área, é melhor no jogo aéreo, e atua numa faixa mais central de campo. Mesmo assim acabaram disputando posição desde que Pedro chegou ao clube.
E é justamente pensando em características tão complementares de ambos, que se torna ainda mais palpável a dupla em determinados cenários. Dos 15 jogos dirigidos por Paulo Sousa na Polônia, em apenas quatro deles não houve a formação de uma dupla de atacantes de fato.
Reparem na seleção polonesa ocupando os espaços ofensivos. Três homens avançados por dentro. Um deles, um meia vindo de trás, alimentando uma dupla de centroavantes
Imagem: Rodrigo Coutinho
Lewandowski, Swiderski, Milik, Piatek, Buksa e Swierczok se revezaram no setor. Nem todos possuem características idênticas, mas são os homens mais avançados de suas respectivas equipes. Com Pedro e Gabigol há ainda mais margem de encaixe. Em conjunto, apresentam mais dinâmica do que qualquer uma das possíveis combinações de duplas polonesas.
O fator chave
Bruno Henrique comemora gol do Flamengo contra o Corinthians pelo Brasileirão
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF
A grande questão ou impeditivo para que isso aconteça é na realidade uma das ótimas soluções do elenco rubro-negro: Bruno Henrique. Ponta de origem, o jogador está na história do Flamengo compondo uma dupla de muito entrosamento com Gabigol. Já mostrou que mais próximo da área é muito decisivo. Paulo Sousa estaria disposto a abrir Bruno no lado esquerdo e utilizar Pedro e Gabigol pelo meio?
Dentro do modelo ofensivo que o treinador tenta implementar em seus trabalhos, há essa possibilidade. Paulo geralmente utiliza a primeira linha de construção com três jogadores. Um deles pode ser zagueiro, lateral ou volante, como mostrado aqui, solta um dos laterais bem aberto de um lado e do outro mantém um atacante. Este poderia ser Bruno.
O poder de convencimento do treinador português terá que entrar em cena. O camisa 27 é pouco afeito à marcação. Diversos momentos da temporada 2021 mostraram. Nesta função, teria que recompor pelo lado e participar mais do momento defensivo em comparação a quando joga como atacante central.
Representação de como pode ser a ocupação de espaços do Flamengo ao atacar. Filipe Luís fazendo a saída com os zagueiros e se soltando por dentro num segundo momento. Matheuzinho e Bruno Henrique ”abrindo” o campo. Arrascaeta por trás da dupla Gabigol e Pedro
Imagem: Rodrigo Coutinho
Deixar Bruno Henrique preso na esquerda dentro do ”jogo de posição” de Paulo Sousa também não é o mais aconselhável pelas características dele. Domènec Torrent fez essa tentativa e o desempenho do jogador caiu. Nada impede que desta vez possa ser diferente, mas o passado recente não é positivo.
É claro que Pedro e Gabigol podem compartilhar momentos juntos durante os 90 minutos com Bruno Henrique em campo. Isso já aconteceu diversas vezes em cenários adversos, de pressão forte do rubro-negro sobre o adversário ou na necessidade de fazer um gol, mas tornar isso corriqueiro e regular durante partidas seguidas é um desafio de Paulo Sousa no Flamengo.
E pra você que curte o mundo esportivo -- entre agora mesmo em Palpites GE e tenha sempre em mãos as melhores dicas de investimento no futebol brasileiro e internacional.