Após o Conselho Deliberativo do
Flamengo
aprovar uma
emenda que limita a mil o número de sócios “off-Rio”
no clube, um grupo de conselheiros vai tentar derrubar a medida.
Em documento elaborado por Ricardo Lomba, Marion Kaplan, Ricardo Hinrichsen e Walter Monteiro, esse grupo irá propor que não haja mais esse limite.
De acordo com a proposta que será enviada ao Conselho, o Estatuto do Fla teria a seguinte redação se o projeto for acolhido:
“O associado Contribuinte Off-Rio é aquele que reside fora da região metropolitana do Rio de Janeiro e a pelo menos 100 quilômetros de distância dos limites da cidade do Rio de Janeiro, tendo o direito de frequentar as dependências do Flamengo por trinta dias por ano, contados a partir da data de sua admissão, mesmo que em períodos não consecutivos, inclusive sábados, domingos e feriados, não computados nesse prazo os dias em que comparecer a Sede da Gávea para participar de reuniões presenciais do Conselho de Administração ou do Conselho Deliberativo, se eleito nos termos dos artigos 87 e 98 do Estatuto, respeitado o inciso IX do Art. 19, sendo lhe vedada a inclusão de dependente. O valor da sua contribuição mensal não poderá ser inferior a 75% (setenta e cinco por cento) do valor da contribuição mensal do associado Contribuinte, sendo lhe assegurado todos os direitos e deveres previstos neste Estatuto ao associado Contribuinte Off-Rio”.
Carta aberta
No ofício, esse grupo de rubro-negros rejeitou a fala do presidente Rodolfo Landim, que disse, em entrevista ao colunista do
UOL Esporte
Mauro Cezar Pereira,
que o Flamengo pertence aos sócios-proprietários.
No documento, conselheiros de diversas correntes políticas afirmaram que “O Flamengo de todas as cores, de todos os gêneros, de todas as crenças, de todas as regiões, de todos os sotaques, do asfalto, do morro, da roça, do campo e da cidade: o Flamengo não pertence à Gávea, a Gávea pertence ao Flamengo”.
Confira a íntegra:
“Nos últimos dias, o Conselho Deliberativo do Flamengo tem sido alvo de inúmeras críticas, em razão da votação a favor da limitação dos
OffRio
e da entrevista do Presidente Rodolfo Landim, rotulando os sócios
proprietários
de “verdadeiros donos do Clube”. Pois somos conselheiros sim, sócios proprietários do Clube de Regatas do Flamengo sim. Mas nunca
fomos
, nunca somos e nunca seremos “donos” do Clube. O Flamengo tem apenas UM dono: seu maior Patrimônio, sua maior riqueza, A NAÇÃO RUBRO-NEGRA. Somos
conselheiro(a
)s de todas as correntes políticas do Clube, situação, oposição e independentes e há anos, lutamos dentro do Conselho contra a elitização, pelo aumento do número de votantes, e por um quadro
social
mais inclusivo. Somos minoria ainda, numa conjuntura “aparelhada”, onde todos os poderes estão na mão da atual gestão,
e
onde nossa voz, nossos pedidos, nossos gritos, são constantemente abafados. Mas saibam, irmãos e irmãs,
que seguiremos lutando, por vocês, por nós, pelo Clube de Regatas do Flamengo. O Flamengo de todas as cores, de todos os gêneros, de todas as crenças, de todas as regiões, de todos os sotaques, do asfalto, do morro, da roça, do campo e da cidade: o Flamengo não pertence à Gávea, a Gávea pertence ao Flamengo. A TORCIDA DO FLAMENGO É A ÚNICA E VERDADEIRA DONA DO CLUBE.”