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Conheça o Botafogo de Luís Castro


O Flamengo enfrenta o Botafogo neste domingo (08) no Mané Garrincha em, partida válida pela 5ª rodada do Brasileirão. As equipes voltam a se encontrar após dois meses e meio do duelo no Engenhão, no Estadual deste ano.

No duelo pelo Carioca, o Mengão foi amplamente superior e venceu o alvinegro com certa facilidade. Porém, de lá pra cá muita coisa mudou. O alvinegro oficializou sua nova nomenclatura como SAF e a venda de 80% das ações do clube para o emprésario John Textor.

Com isso, o Botofogo recebeu um grande aporte financeiro para investimento no futebol e fez diversas contratações no elenco, além da chegada do técnico Luís Castro. Nesse sentido, vamos analisar o trabalho do português no clube e suas perspectivas para enfrentar o Mais Querido.

Leia mais: Análise Tática: Flamengo evolui e se impõe sobre um frágil Botafogo

O modelo inicial de Luis Castro

Oficialmente, o treinador já comandou a equipe em quatro oportunidades: nas vitórias contra Ceará e Ceilândia e nos empates com Atlético-GO e Juventude, mas também organizou a equipe na derrota para o Corinthians.

Com o novo Mister, o Botafogo adotou como esquema base o 4-2-3-1. Contudo, o time possui diversas variações com e sem bola. A equipe tem diferentes comportamentos tanto pelos lados do campo como pelo corredor central. E isso muito tem a ver com os testes que Castro vem fazendo em seu início de trabalho.

Como o Botafogo ataca?

Apesar de iniciar a primeira fase de construção em uma linha de quatro, o Botafogo utiliza a saída de três para progredir no campo. O lateral-direito Saravia tem liberdade para se juntar aos meio-campistas da equipe, enquanto o lateral-esquerdo Daniel Borges se junta aos dois zagueiros. Daniel é destro e vem atuando pela esquerda devido a ausência de Jonathan Silva.

Phillipe Sampaio e Kanu foi a dupla de zaga mais testada, porém ambos se machuraram nos últimos jogos e são dúvida para o clássico. Com a chegada de Victor Cuesta, Kanu deve atuar pela direita, caso consiga se recuperar a tempo.

À frente da zaga, o Botafogo tem variações no posicionamento do seu meio-campo. A equipe tanto realiza a saída em 3+1, como também em 3+2. Patrick de Paula chegou a ser testado como volante mais recuado, mas Castro consolidou Oyama como responsável por ter o primeiro contato com os zagueiros na saída de bola. Tchê Tchê também já foi testado no setor.

Se o adversário pressiona o Botafogo com dois ou três atacantes, Patrick de Paula se alinha a Oyama para dar maior segurança â equipe. Caso o adversário pressione somente com um atacante, o ex-jogador do Palmeiras tem liberdade para trabalhar mais próximo ao meia central da equipe.

Castro já experimentou diversas possibilidades como esse “camisa 10”. Lucas Piazon, Romildo, Lucas Fernandes e Chay já foram testados como meia avançados. A princípio, esse meia precisa partir da esquerda para o centro, mas, caso Patrick de Paula esteja mais avançado, também pode formar um tripé com volante, se posicionando pela direita.

Independentemente do posicionamento dos volantes e meias, já é possível identificar como padrão a verticalidade dos jogadores nessa região do campo. Volantes precisam receber de costas e realizar domínios orientados, já buscando acionar tanto os meias como os atacantes por dentro.

No setor ofensivo, Castro também vem realizando muitos ensaios. Pelo lado direito, Chay e Diego Gonçalves foram testados, mas Gustavo Sauer vem ganhando maior minutagem. O meia canhoto busca centralizar o jogo para abrir o corredor lateral para Saravia, bem como também gerar apoio ao ser acionado pelos volantes. Os chutes de fora da área e a rápida conexão com os atacantes são marcas do jogador.

Gustavo Sauer em campo contra o Juventude – Foto: Vitor Silva/Botafogo F.R

Já pela esquerda, Victor Sá é o titular da equipe desde sua estreia, contra o Corinthians. O ponta só não começou entre os titulares na vitória contra o Ceilândia, mas atuou em toda a segunda etapa na posição. É um atleta de explosão, que tem facilidade de ser acionado em profundidade e busca bastante situações de um a um contra os laterais adversários.

Apesar de já ter marcado na vitória contra o Ceará, o jogador ainda está em fase de adaptação ao clube, precisando ter melhores decisões nas associações com seus companheiros. De qualquer maneira, é um bom jogador, com potencial de evolução.

Por fim, comandando o ataque da equipe, Castro tem testado duas opções: Erisson e Matheus Nascimento. A dupla tem características diferentes e isso faz com a equipe ganhe formas de atacar diversificadas. “El Toro” é um atacante de explosão, que consegue criar acionamentos em profundidade quando possui campo. Suas arrancadas afundam a linha de defesa adversária, gerando espaços para meias e volantes que o acompanham nas progressões.

Erisson em campo contra o Juventude – Foto: Vitor Silva/Botafogo F.R

Já o jovem formado em General Severiano é um atacante mais clássico. Alto, consegue realizar apoios frontais tanto próximos à área para finalizar, como mais distantes do gol. Além disso, possui certa velocidade e consegue participar das transições ofensivas botafoguenses rapidamente.

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Como o Botafogo se defende?

Assim como em fase ofensiva, o Botafogo também possui comportamentos diferentes sem bola. Essa variação tem bastante correlação com a altura do bloco de marcação. Em bloco médio/alto a equipe trabalha predominantemente no 4-1-4-1. O volante pela esquerda se junta ao meia central, enquanto o atacante mais centralizado é o único homem avançado da equipe. A pressão é realizada de forma zonal, sem perseguições mais longas e buscando os zagueiros ou volantes adversários.

Em bloco médio, a equipe volta ao seu 4-2-3-1 com os volantes alinhados. O time segue em marcação por zona, com três jogadores no meio, porém com mais atenção à proteção da profundidade.

Já em bloco baixo, a equipe passa para o 4-4-2. O meia central se junta ao atacante e a dupla busca pressionar tanto os zagueiros, quanto os volantes adversários em encaixes por setor. São perseguições moderadas, buscando não gerar bolas descobertas. A marcação individual por setor também pode ser construídas pelos laterais, que eventualmente sobem pressão nos pontas mesmo em regiões mais distantes do último terço.

Como fator positivo, o Botafogo tem protegido com eficiência seu corredor central. A boa coordenação dos meias e volantes para cobrir os espaços impedem que a equipe sofra nas entrelinhas. Como fragilidade, o alvinegro vem apresentando dificuldades para proteger seu corredor lateral. Por vezes, os pontas não realizam a recomposição e, eventualmente, deixam os laterais em situações de um a um com os pontas adversários. Bem como a abordagem dos pontas com os laterais adversários é relativamente passiva, o que permite algumas ultrapassagens

Um outro ponto que chama atenção está na dificuldade da equipe em realizar a transição defensiva pelos lados do campo. O Glorioso mostra certa lentidão para retomar sua estrutura em organização defensiva e sofre tanto com ataques rápidos como em contra-ataques.

Perspectiva para o duelo contra o Flamengo

Diferentemente da partida entre as equipes pelo Carioca, o duelo de amanhã promete maior equilíbrio. Inicialmente é possível imaginar o Flamengo com um pouco mais de posse de bola, mas o Botafogo não deve somente se defender.

Com o bola, a equipe de Luís Castro deve trabalhar sua saída em 3+2 tendo maior cuidado para conseguir acionar os meias e atacantes por dentro. O embate entre Victor Sá e Isla pode ser uma fragilidade para o Mengão.

Já em organização defensiva, o Botafogo deve seguir suas variações com as alturas de marcação. Arrascaeta pode ter mais dificuldades para ser acionado por dentro, bem como Bruno Henrique também pode ter mais liberdade pela esquerda. Apesar dos eventuais problemas sem bola, Isla pode se aproveitar das dificuldades de Victor Sá na recomposição e ser uma peça importante pela direita.

Apesar dos reforços no elenco alvinegro e do novo treinador, o Flamengo segue sendo favorito contra o Botafogo. Possui peças mais qualificadas do que o adversário e um trabalho coletivo que também segue em processo de adaptação. Todavia, a diferença coletiva e técnica entre as equipes diminuiu bastante desde fevereiro. A equipe de Luís Castro pode causar dificuldades e precisa ser respeitada.

SRN

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