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Como o Talleres de Caixinha volta a enfrentar o Flamengo?


Com a chegada de Pedro Caixinha, o Talleres passou por grande mudanças. O treinador enfrentou o Flamengo no seu quarto jogo no comando técnico do clube.

Vinte dias após o confronto, o português apresenta ideias mais consolidadas que serão abordadas nesta análise.

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Estruturalmente falando, a principal mudança do Talleres de Caixinha foi a consolidação do esquema inicial 4-4-2, com dois atacantes comandando o ataque. Michael Santos se tornou titular da equipe e começou jogando nos três principais jogos do Talleres na temporada: Argentinos Jrs, River Plate e Sporting Cristal.

Com Santos, a equipe passou a ter dois homens mais próximos dos zagueiros adversários.
Essa mudança fez com que o Talleres mudasse alguns dos seus comportamentos com e sem bola.

Como ataca o Talleres?

A equipe de Córdoba segue utilizando a estrutura “3+1” como uma de suas variações na saída de bola.
Com o volante Méndez entre os zagueiros e Villagra à frente do trio, os laterais Benavídez e Díaz se tornam alas mais avançados no campo.

Esquivel e Fértoli centralizam a fim de liberar espaço para os alas pelo corredor lateral. Com essa formatação, a equipe ganha mais opções para acionamentos pelo corredor central. Com bolas aéreas ou passes rasteiros.

Além da saída 3+1, a “La T” também usa outras duas formatações para iniciar a 1ª fase de construção:

1) Saída sustentada: Com zagueiros alinhados aos laterais e a dupla de volantes à frente

2) Saída em 3+2: Benavídez ou Díaz se alinham aos zagueiros

Dessa forma, o Talleres fez dois gols que garantiram as vitórias contra River Plate e Sporting Cristal.

Em relação às principais ações no último terço, um padrão recorrente da equipe vem sendo os cruzamentos, buscando o centroavante Girotti. A equipe argentina busca concentrar jogadores no corredor lateral direito para gerar superioridade setorial.

Outro padrão constatado foram as bolas longas buscando Girotti e Santos em profundidade. Recebendo em bola descoberta, os zagueiros e laterais do Talleres buscam acionar a dupla de ataque com frequência.

Como o Talleres se defende?

Mantendo sua estrutura base, o Talleres também se defende em 4-4-2. Com Santos ao lado de Girotti, a dupla busca por muitos momentos fazer longas perseguições em cima dos zagueiros adversários.

Foto: Reprodução

Assim como a movimentação da dupla de ataque, os ponteiros Esquivel e Fértoli também precisam estar coordernados às subidas de pressão. O objetivo é buscar fechar as linha de passe pelos corredores laterais.

Eventualmente, Santos fica por trás de Girotti para fechar as linhas de passe dos volantes adversários.
Com isso o Talleres passa a marcar numa espécie de 4-4-1-1/4-2-3-1.

Por vezes, o Talleres também pressiona seus adversários na saída de bola com um volante mais avançado. Nessa formatação, um dos ponteiros pode se juntar a Girotti e Santos por dentro.

Com relação a abordagem defensiva, o Talleres consegue proteger com relativa eficiência o corredor central. Contudo, vem tendo dificuldades para proteger o corredor lateral. Em especial pela dificuldade dos ponteiros em ajudar os laterais pelo lado.

Por fim, um potencial problema defensivo do Talleres está relacionado a abordagem dos zagueiros em bola descoberta. A orientação incorreta da linha defensiva permite que atacantes possam ser acionados com passes mais longos.

Projeção para o duelo contra o Flamengo

Com bola, a expectativa é de que o Talleres inicie sua construção na saída 3+1, variando para uma saída sustentada. Com o objetivo de ser menos constrangido na saída de bola e forçando bastante as ligações diretas para meias e atacantes.

A assertividade desses passes vai depender tanto dos zagueiros e volantes do Talleres, bem como o funcionamento coletivo da defesa rubro-negra. Tanto na saída de bola, como nos eventuais duelos caso Girotti e Santos consigam ser acionados em profundidade.

Em organização defensiva, o Talleres deve manter seu 4-4-2, com a pressão coordenada dos meias e atacantes na saída debola Em alguns momentos, Santos baixar entre os volantes do Fla. Gerando bola descoberta para os zagueiros rubro-negros, mas dificultando o trabalho dos volantes.

A dificuldade de Esquivel em cobrir o lado direito pode ser o mapa da mina do Flamengo. No Maracanã, o Mais Querido conseguiu pelo seu lado esquerdo de ataque marcar dois gols no início do jogo, se aproveitando da descoordenação pelo setor.

Apesar da evolução do trabalho de Pedro Caixinha, o Flamengo é favorito para o confronto. Tecnicamente é bastante superior e, mesmo com os problemas que Paulo Sousa vem encontrando, coletivamente é uma equipe mais organizada.

Todavia, esse favoritismo terá de ser provado dentro de campo. Para sacramentar sua classificação nas oitavas de final da Libertadores, o Mais Querido precisará de uma boa atuação na Argentina.

Com e sem bola.

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Link do Artigo do MundoRubroNegro

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