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Com chance de conquistar o tri da Libertadores, Flamengo comemora 40 anos do título de 81


Nesta terça, 23 de novembro de 2021, o Flamengo completa 40 anos da conquista de sua primeira Libertadores, em 1981. O título mudou a história do clube e de uma geração de craques, que também conquistou o Mundial pouco depois.

Zico foi campeão da Libertadores pelo Flamengo em 1981 — Foto: divulgação
1 de 1 Zico foi campeão da Libertadores pelo Flamengo em 1981 — Foto: divulgação

Zico foi campeão da Libertadores pelo Flamengo em 1981 — Foto: divulgação

A data é marcante também por ter sido o dia da final contra o River Plate, em Lima, em que o Flamengo venceu por 2 a 1 e conquistou o bicampeonato. No próximo sábado, contra o Palmeiras, no Uruguai, o time tem a chance de levantar a taça pela terceira vez.

Maestro do Flamengo, Júnior acredita que a conquista de 81 foi a mais marcante daquele geração por causa das dificuldades superadas durante a campanha. Ele considera que foi importante o time ter conseguido deixar de lado a violência do Cobreloa para conseguir levantar a taça.

– O título da Libertadores foi o mais importante de toda aquelas conquistas, de 78 a 83. Lógico que o Mundial é o principal para a história do clube e para a nossa, mas as dificuldades que tivemos na Libertadores foram muito maiores. Primeiro, o Cobreloa era um bom time. Segundo, todas as situações que enfrentamos em Santiago. Aquele momento foi importante ter o equilíbrio depois de tudo o que passamos, da violência, dos problemas com o árbitro Ramon Barreto… tudo isso. No vestiário, conversamos que nosso negócio era jogar bola, sem querer revidar. Isso foi o ponto mais importante até chegarmos em Montevidéu, onde vencemos até com a alguma dificuldade, porque o time era superior ao Cobreloa – disse Júnior.

Nunes lembrou da complicada trajetória na primeira fase, com a necessidade de jogo extra com o Atlético, um dos mais polêmicos da história da Libertadores. O Artilheiro das Decisões citou também a participação Claudio Coutinho, técnico responsável pela montagem do time.

– A gente sabia que seriam jogos difíceis contra o Atlético. Eram grandes times com grandes ídolos. Na final, vencemos no Maracanã e fomos lá para o Chile jogar futebol, mas parecia uma guerra. Tinha um país contra nós. Nós perdemos o jogo, mas no campo neutro, no Uruguai, ganhamos e fomos campeões. Éramos um time consciente, que sabia o que tinha que fazer. Não ficamos preocupados com nada. O Coutinho costumada dizer que tinha preparado o Flamengo para ser campeão mundial. Pena que não deu tempo de ele ver (morreu durante uma pesca submarina) – disse Nunes.

O Flamengo de Zico, Júnior, Adílio, Andrade, Nunes e companhia chegou para a disputa da Libertadores com status de favorito após o título do Brasileiro do ano anterior em cima do Atlético-MG.

Na fase de grupos, o Flamengo caiu ao lado do Galo, Olímpia e Cerro Porteño. Após os seis jogos, os dois brasileiros terminaram empatados com oito pontos, mas só um podia se classificar. O desempate foi em um jogo extra, disputado em campo neutro.

O duelo aconteceu no Serra Dourada, em Goiânia, e contou com polêmicas e ânimos exaltados. Aos 32 minutos do primeiro tempo, Reinaldo, principal jogador do Atlético, foi expulso após carrinho em Zico. Em seguida, Éder foi para cima de José Roberto Wright, juiz da partida, iniciou um bate-boca e também foi expulso. A partir desse momento o jogo saiu dos trilhos.

Reservas do Atlético invadiram o campo, e a partida ficou paralisada por 30 minutos. Antes de voltar, Chicão e Palhinha, jogadores da equipe mineira, também receberam cartão vermelho. Logo depois, o goleiro João Leite bateu um tiro de meta para a lateral e jogou-se no gramado. Wright foi pedir para o goleiro levantar, mas não foi atendido e expulsou o quinto jogador, aos 37 minutos do primeiro tempo.

A partir desse momento, mesmo com 0 a 0 no placar, o Flamengo foi declarado vencedor por W.O por falta de quantidade mínima de jogadores na equipe mineira.

Naquela época, o regulamento da Libertadores era diferente, e a semifinal foi um triangular. O Flamengo derrotou o Jorge Wilstermann, da Bolívia, e o Deportivo Cali, da Colômbia, em casa e fora de casa, e avançou para a decisão no embalo.

A final foi com o Cobreloa, do Chile. No primeiro jogo, Zico decidiu o jogo diante de mais de 100 mil torcedores no Maracanã. O camisa 10 marcou dois gols e garantiu a vitória por 2 a 1. No segundo confronto, os chilenos levaram a melhor e venceram por 1 a 0, em Santiago, em um ambiente hostil para o Flamengo dentro e fora de campo. Lico foi agredido por Mario Soto e precisou de pontos na orelha. Adílio também teve que levar pontos na cabeça após um golpe de Soto, que, segundo o jogador rubro-negro, teria entrado com um pedra no gramado.

A finalíssima ocorreu no Centenário, em Montevidéu, justamente o palco da final deste ano. O Flamengo do terceiro e último jogo da final contou com Raul, Nei Dias, Marinho, Mozer, Júnior, Leandro, Andrade, Zico, Tita, Nunes (Anselmo), Adílio.

Com ausência de Lico, lateral-direito Nei Dias foi escolha de Carpegiani na escalação eternizada pelos torcedores do clube. Na ocasião, Zico mais uma vez decidiu para os rubro-negros e marcou os dois gols da vitória por 2 a 0. O camisa 10 abriu o placar ainda no primeiro tempo. O segundo foi marcado na etapa final após cobrança de falta. Com o título na mão, Anselmo entrou em campo com a missão de agredir Mario Soto, e o fez com um soco.

Zico foi eleito o craque da competição e terminou como artilheiro, com 11 gols marcados. Era o primeiro título da Libertadores do Flamengo. Após a conquista, o time viajou até o outro lado do mundo e levantou a taça do Mundial de Clubes depois de superar o Liverpool.

Neste sábado, o Flamengo enfrenta o Palmeiras na final e tem a chance de se tornar tricampeão e fazer sua torcida gritar que quer o “mundo de novo”.

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