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Colunistas: Qual a solução para acabar com violência no futebol brasileiro?


Já virou rotina. Na noite de ontem (13), novos episódios de violência marcaram a rodada de jogos do

futebol

brasileiro, que definiu mais quatro classificados para as quartas de final da

Copa do Brasil

.

Na Vila Belmiro,

o goleiro Cássio foi agredido

ao final da

partida entre Santos e Corinthians

. Após o árbitro Jean Pierre encerrar o duelo, vários torcedores invadiram o campo, e um deles tentou agredir o ídolo corintiano pelas costas. O homem correu na direção do goleiro e tentou dar uma voadora, que só não o atingiu em cheio porque Marcos Leonardo, do Santos, atrapalhou a ação.

Já no Maracanã,

torcedores do Flamengo invadiram um setor do estádio

pouco antes da bola rolar para o

jogo contra o Atlético-MG

. Segundo apurou a reportagem do

UOL

, houve feridos no confronto. A confusão aconteceu na entrada no Setor Norte do estádio carioca, onde um grupo de rubro-negros derrubou a grade e invadiu o local. Ainda não se sabe quantas pessoas se machucaram.

Diante dos episódios cada vez mais recorrentes, nós convocamos os colunistas do

UOL Esporte

para responderem à seguinte pergunta:

Qual a solução para acabar com a violência no futebol brasileiro?

Confira as respostas:

Infelizmente, é um problema muito complexo sem solução mágica. Nosso futebol está inserido em uma sociedade amplamente violenta e onde a impunidade reina em quase todas as esferas. Faz-se necessário um movimento profundo que combine educação, organização e punição. O problema do futebol brasileiro é o problema do Brasil. Dá para mudar, mas exigirá um esforço de longo prazo, com o envolvimento de diversos atores, e uma resiliência que não costumamos ter.


ALICIA KLEIN

Punição. Ao cidadão infrator e, dependendo do ato, ao clube, pela permissividade e para que o torcedor saiba que o seu time pode perder pontos e/ou mando de campo e pense antes de fazer bobagem. Na prática, porém, será uma atenuante apenas. Nossa sociedade é violenta e hoje vê no poder constituído um estímulo à barbárie.


ANDRÉ ROCHA

Clubes e poder público são responsáveis por esse absurdo histórico de agressões e ameaças no futebol. E o caminho para começar a acabar com esse clima de insegurança é quase uma receita de bolo: identificar os culpados, para que eles sejam julgados e condenados de acordo com o rigor da lei. Assim, se reforça o compromisso pelo fim desses atos de violência, como também devolver a segurança perdida por essa cultura da impunidade. O futebol não é mundo paralelo. Nem pode parecer ser.


ANDREI KAMPFF

Uma punição exemplar ao time e aos infratores. Com muito mais do que uma noite na delegacia. E é fundamental que o infrator não possa voltar ao estádio por um longo tempo. Alguém duvida que o agressor do Cássio vai estar na Vila na próxima rodada?


DANILO LAVIERI

Não tem. A solução passa por diminuir a violência no país e na sociedade de forma geral. O buraco é muito mais embaixo do que olhar somente para o futebol.


JULIO GOMES

Punir o CPF e o CNPJ. Torcedor violento tem que ser preso, em flagrante, processado e condenado. E proibido de ir a estádios. Mas a Justiça no Brasil, como sabemos, costuma ser lenta. O que gera a impunidade e a certeza de que nada de sério ocorrerá se for violento. E os clubes têm que ser punidos também, já que são sim responsáveis por atos de seus fãs nos torneios que disputam.


MARCEL RIZZO

É simples. O Poder público precisa cumprir seu papel e prender agressores e praticantes de homofobia e racismo. A justiça esportiva precisa punir clubes cujos estádios facilitem invasão de campo.


MENON

Acho que é uma solução que só pode ser encontrada se a gente entender futebol como instituição social. Nesse caso, teríamos que perceber como miséria e violência se relacionam. Como os casos de violência nos esteados e em dias de jogo acompanham o aumento da miséria. Como fazer para punir mas também educar. Como fazer para encarar de frente essa ideia de homem que construímos e que diz que homem que é homem não leva desaforo pra casa, parte pra porrada sempre que achar necessário, não demonstra emoções associadas ao feminino etc. São muitos pilares, não tem nada simples, mas o começo é a compreensão de que política e futebol não se separam. A punição pura e simples não nos salvará.


MILLY LACOMBE

Obviamente que o problema vai muito além do futebol. Mas, no caso específico, punição severa não apenas aos clubes, mas também aos torcedores envolvidos. Hoje em dia, com “milhares” de câmeras no estádio, está muito fácil identificar esses bandidos.


MILTON NEVES

É preciso identificar e punir criminosos. A Justiça Desportiva precisa ser mais dura com estádios que não oferecem segurança. A Polícia Militar (e quem mais faça revistas nos estádios) precisa fazer um trabalho mais eficiente. Estádio sem segurança, como a Vila Belmiro, tem que ser fechado pelos órgãos públicos responsáveis. A CBF deveria fazer um trabalho de conscientização com jogadores, treinadores e dirigentes para que eles evitem atitudes que estimulem a violência entre os torcedores.


PERRONE

A Inglaterra já mostrou como, domando os hooligans. Mas aqui no Brasil ninguém quer fazer nada. No futebol e na justiça como um todo. É desanimador e não vejo solução a curto prazo.


RENATO MAURÍCIO PRADO

Flamengo de Dorival mostra que pode sonhar alto… – Veja mais em https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/renato-mauricio-prado/2022/07/14/jogando-assim-flamengo-nao-teme-ninguem.htm?cmpid=copiaecola


Flamengo de Dorival mostra que pode sonhar alto

Punição é o primeiro passo. Tanto para os clubes, quanto para os torcedores. Deveria haver um rigor maior na fiscalização. Não pode um torcedor invadir, ficar preso algumas horas, ser liberado e voltar ao estádio. Esse cara deveria ser banido dos estádios. Enquanto vivermos nesse ciclo, de impunidade, nada vai mudar.


RODOLFO RODRIGUES

Infelizmente vivemos num país muito violento. E o futebol é algo inserido nesta sociedade. Há muitas coisas estruturais em todos os poderes para serem feitas. Precisamos de anos e anos de investimento em educação e demais direitos básicos que muitos cidadãos não têm.


RODRIGO COUTINHO

Punir mais e proibir menos. Em vez de punir quem invade, agride, atira bomba, entra com faca e ameaça, proíbe-se torcida visitante, bandeira, instrumento e cartazes de crianças com dizeres bélicos do naipe “Cássio, eu te amo”. E passou da hora de punir os ‘responsáveis’ pela segurança: quem são os policiais que fizeram a revista no setor das bombas? Quem permitiu a invasão? Quem deu a ordem para arrancar cartaz de criança? Jogadores, técnicos e clubes são punidos, esportivamente, quando erram. E as autoridades que levam parte da renda para não fazerem o seu trabalho, não vai acontecer nada?


VITOR GUEDES

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