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Colunistas: Flu merece ser punido por racismo da torcida contra Gabigol?


Após o clássico de ontem (6) contra o Fluminense, o atacante

Gabigol

, do Flamengo, divulgou um vídeo numa rede social em que aponta ter

sido chamado de ‘macaco’ ao sair do gramado do estádio Nilton Santos

. Depois, em outra publicação, o jogador questionou a Federação de

Futebol

do Rio de Janeiro (Ferj): ‘até quando isso vai acontecer sem punição?’

Os colunistas do

UOL Esporte

opinaram sobre o tema e responderam às seguintes questões:

O Fluminense merecer ser punido pelo caso de racismo com Gabigol? A legislação que existe para este tipo de situação no futebol é suficiente?

Confira as respostas:

A Justiça Desportiva está muito atrasada em relação à criminal. O que lamento profundamente, afinal, o esporte é uma extensão da sociedade e casos como este não acontecem de forma isolada. Há registro em vídeo! O que mais é necessário para o Fluminense assumir que havia um racista em seu meio e se juntar à luta contra este crime abjeto, ainda que isso lhe custe esportivamente? O que é um mando de campo perto da importância da luta antirracista? Na cola de uma semana com as mortes de Moïse e Durval, entre outros, é revoltante ver as reações comedidas do universo do futebol. Gabigol foi vítima de um crime.


ALICIA KLEIN

Racismo é crime e esporte não pode ser outdoor da impunidade. A sociedade evolui e o direito caminha avança junto. Carta Olímpica e Estatuto da FIFA (espécies de Constituição futebol e do movimento olímpico) reforçam compromisso do esporte com a proteção de Direitos Humanos. Em efeito cascata natural, regulamentos internos também vêm aumentando cerco aos criminosos. Mas é preciso lembrar, Justiça Desportiva só pode punir aqueles que são jurisdicionados por ela, o que não é o caso do torcedor. Fluminense tem caminho para pena branda, identificando responsáveis e, caso sejam sócios, os afastando do quadro associativo e impedindo entrada no clube. Caso contrário, clube também tem que ser responsabilizado. Esporte não se separa jamais do combate ao preconceito. Ele agrega, não separa. Paralelo a isso, um processo criminal tem que se aberto para que Estado puna quem cometeu o crime. Punição também tem caráter educativo.


ANDREI KAMPFF

Pode parecer injusto punir uma instituição por um ato criminoso individual, da qual ela não tem controle, mas sou favorável a punir os clubes porque entendo que seria a melhor maneira de diminuir muito casos de racismo, homofobia e outros semelhantes em estádios de futebol. Quando os clubes passaram a ser punidos por objetos arremessados e invasões de campo, houve diminuição desses casos e os próprios torcedores se tornaram fiscais denunciando os imbecis que faziam isso. Se torcedores cometerem injúria racial no estádio, e o clube perder pontos, haverá mobilização contra esses atos, dos próprios torcedores.


MARCEL RIZZO

Não. O racista deve ser identificado e punido pelo crime que cometeu.


MENON

Obviamente que sim! Sobre a legislação, deve ser a mais rígida possível para esses casos. Não pode haver tolerância para atos de racismo, no futebol ou qualquer outro setor.


MILTON NEVES

O mais importante é a polícia trabalhar para identificar o responsável para que ele responda pelo crime cometido. Sobre se o Fluminense deve ser punido pelo TJD, é um assunto muito técnico, difícil de opinar. Mas claro, precisamos de medidas mais duras para punir esse tipo de atitude no futebol brasileiro.


PERRONE

Sim. Toda vez que o torcedor de um clube comete um ato racista, esse clube deve sofrer sanções esportivas para inibir atitude desta natureza. Mas o principal é identificar quem fez isso e aplicar a pena máxima de acordo com a Constituição. Em caso de racismo defendo medidas radicais.


RODRIGO COUTINHO

Pelo entendimento da Justiça Desportiva do Brasil, o Fluminense sofrerá uma pena branda se o caso for adiante. Na legislação esportiva, só há punição com perda de pontos no caso de manifestação coletiva de racismo, isto é, um grupo de torcedores – e só foi um torcedor que gritou macaco. Isso ficou claro no caso Celsinho e Brusque, em que o ofensor era um dirigente, e o clube só tomou uma perda de mando e multa. Dificilmente o Fluminense terá uma pena mais dura do que essa.


RODRIGO MATTOS

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