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Caso Veron e Fla x Galo: por que gostamos tanto de fatores extracampo


Não levou cinco minutos para que um vídeo de Gabriel Veron na balada se espalhasse pela internet e os grupos de zap explodissem. Às vésperas de um jogo importantíssimo contra o São Paulo, recém reintegrado ao grupo depois de um corte no pé fruto de um acidente doméstico, o ponta achou por bem chutar o balde na night.

Claro, ninguém sabe o quanto ele bebeu. Mas é fato indiscutível que não estava em casa hidratando-se, descansando e se recuperando para o confronto decisivo da Copa do Brasil.

O Palmeiras considerou a situação condenável a ponto de multá-lo em 40% do salário. Promoveu também uma reunião com os jovens integrantes da equipe para alertar sobre o cuidado com excessos extracampo.

Extracampo. Por que a gente se importa tanto com o que acontece fora de campo?

Mesmo pensando na partida de hoje, entre Flamengo e

Atlético-MG

, o que mais está se discutindo é: rivalidade Hulk x

Gabigol

, arbitragem, clima de guerra no Maracanã, foguetório no hotel, segurança de jogadores e torcedores, movimentos das organizadas do Flamengo para evitar a divulgação da possível escalação da equipe etc. (Meu favorito é o

flyer da Jovem Fla

lembrando aos torcedores que no inferno não tem internet: “Arquibancada é lugar de apoio e cantoria. Evite constrangimentos!!!” Nada de WhatsApp, selfie e TikTok.)

Teoricamente, tudo isso importa menos que o sistema tático montado por cada treinador, que as atuações individuais de cada atleta, que sua condição física, que a qualidade de quem vai apitar.

Teoricamente, quando a bola rola, o mundo todo deveria ficar de fora.

Mas, na prática, a teoria é outra. O jogador não está bem porque não dormiu direito e encheu a lata, a torcida pega no seu pé, a torcida empurra o time, a torcida vaia, a arbitragem se sente pressionada, o treinador perde a cabeça, um jogador perde a cabeça. Tudo por conta do que deveria ficar de fora, mas nunca fica.

Teoricamente, Gabriel Veron é livre para fazer o que bem entender no seu tempo livre. Na prática, ainda que jovem e sem ressaca no dia seguinte (saudade dos meus 19 anos), ele demonstra uma enorme falta de comprometimento. No mínimo. Dentro de um elenco que é campeão num dia e, às 7h da manhã, está na academia.

Teoricamente, o Flamengo é o mesmo se a sua torcida usar ou não o Instagram durante o embate contra o Galo. Na prática, a massa rubro-negra gritando como nunca pode fazer a diferença entre estar ou não nas quartas.

Teoricamente, a questão segurança nem deveria existir. Na prática, um ônibus pode ser apedrejado no caminho do estádio e mudar o curso de tudo.

O extracampo importa quando interfere no intracampo. Quando a prática influencia a teoria. Se isso não acontece (se Veron fizer o gol da classificação), aí o extracampo passa a ser só tema para tuíte e coluna de quem não quer só falar de teoria.

Porque a teoria não tem a mesma graça.



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