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Ausência do Palmeiras na reunião da Liga vai contra o discurso do clube


A decisão do Palmeiras de se ausentar na reunião da Liga de clubes ontem (15) ainda não foi bem compreendida nem internamente e nem externamente. A atitude não foi encarada como boicote, mas assustou. O clube era esperado no encontro organizado por XP Investimentos, Alvarez & Marsal e LaLiga para discutir os rumos do

futebol

brasileiro e foi o único entre os principais do país que não enviou nenhum representante.

Pegou mal para o Alviverde ter se posicionado de maneira oficial dizendo que era a favor da Liga, mas que no momento não via necessidade de presenciar o encontro. Ainda que Leila Pereira não pudesse comparecer por algum motivo particular, bastasse que ela indicasse um de seus quatro vices ou um de seus vários diretores para representar o clube. Internamente, o Conselho se articula para questionar a empresária pela decisão.

Não faz sentido dizer que sabe da importância da formação da uma Liga e simplesmente faltar, ainda mais com o evento sendo em São Paulo e anunciado com tanto tempo de antecedência. Ainda que tivesse sido organizado na véspera, esse assunto deveria ter prioridade na agenda do clube, uma vez que tudo indica que isso vai definir o futuro do esporte por aqui.

Mesmo que Leila diga internamente que está fechada com os clubes de São Paulo e com o Flamengo e que vai acompanhar o grupo em todas as decisões tomadas no que diz respeito à Liga, o normal seria que presenciar as discussões para poder argumentar contra e a favor do que vê como modelo ideal.

Enquanto o clube decide institucionalmente não ir na reunião, vê seu técnico como um dos principais críticos da organização do futebol brasileiro, especialmente quanto o tema é perder atletas durante a Data Fifa. E o deixa sozinho na guerra pensativo se vale continuar comprando essa briga.

A Liga é uma das opções para que os clubes consigam, entre outras coisas, melhorar a organização do futebol, aumentar a arrecadação com direitos de transmissão e mudar o calendário. Não à toa, eles toparam manter o peso 3 para os votos das federações na eleição da CBF

a troco de ter apoio da entidade na organização desse grupo

. O Palmeiras apoiou essa manobra e esteve presencialmente na cerimônia que concretizou isso.

O grande desafio para os clubes finalmente conseguirem lançar uma liga no Brasil é a união de todos.

Não basta ter apenas dinheiro na mesa, como já escreveu o blog

. O processo atual já enfrenta alguns ruídos e a ausência palmeirense entra para a lista como mais um.

O primeiro deles foi uma forte discussão envolvendo, principalmente, o presidente do Bahia e do Athletico. Antes disso, mas com menos intensidade, o Flamengo foi criticado por tentar burlar pactos dos clubes durante a pandemia e por outras jogadas nos bastidores envolvendo direitos de transmissão.

Além disso, há no momento uma divisão entre os clubes, com América-MG,

Atlético-GO

, Athletico, Avaí, Ceará,

Coritiba

, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude de um lado, e os paulistas e o Flamengo do outro.

Há uma concorrência para assumir a liga. Codajas Sports Kapital, associada ao grupo BTG, é uma das interessadas, inclusive com uma carta de intenções já assinada por alguns clubes. A LiveMode em conjunto com a 1190 são os outros interessados em administrar o grupo no Brasil.


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