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Arthur Muhlenberg: ‘Ganhar os clássicos é mais importante que ganhar o próprio campeonato’


Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

Já é uma espécie de tradição que no começo de cada temporada eu escreva um texto repetitivo e rabugento no qual que esculhambo o Carioca, chamo a atenção para o seu anacronismo e irrelevância e sempre destaco o absoluto desinteresse que a vetusta competição praiana consegue despertar em qualquer segmento do público nos dias de hoje.

Mas neste ano histórico, em que a Nação Rubro-Negra celebrará em 28 de março o centenário da conquista do Torneio Início de 1922, uma final emocionante com o Andarahy vencida por 1×0, gol de Dino, em que o Mais Querido alinhou Kuntz; Telefone (alcunha de José de Almeida Netto, que também era o técnico) e Pennaforte; Rodrigo, Sidney Pullen e Dino; Galvão Bueno, Candiota, Nonô, Segreto e Orlando, resolvi parar de reclamar.

Continuo achando o Carioca uma inutilidade, como uma mobília antiga, herança de família, que atravanca a passagem e da qual não posso me livrar por força de um inventário que jamais chega à uma conclusão. Mas me convenci que ficar reclamando não adianta porra nenhuma. Além do mais, pela primeira vez pudemos ouvir um treinador se referir ao Carioca, ao menos nessa fase café-com-leite, como uma mera etapa da pré-temporada de seis semanas, nada além disso. Logo depois de meter essa Paulo Sousa deu uma assoprada nos conservadores deixando claro que está ciente da transcendência dos clássicos rurais e que não os tratará sem a devida reverência que os nossos tira-teimas avoengos requerem.

É bom mesmo, porque se tem uma coisa para a qual o Flamengo não tem a menor vocação é perder pros três patetas vizinhos. O Flamengo às vezes até perde um clássico, é do esporte, mas sempre deixando muito bem demonstrado que quando o faz é contra a sua espontânea vontade e em flagrante desacordo com seu próprio estatuto. Antes de chegar ao clube o Paulo Sousa andou lendo umas literaturas e certamente entendeu que para a torcida do Flamengo ganhar os clássicos é mais importante que ganhar o próprio campeonato.

Depois de uma estreia sem sobressaltos e com placar folgado sobre o fraco Boavista, o Flamengo de Paulo Sousa ainda é uma incógnita. O desenho tático, ou mesmo a provável escalação do 11 titular ainda são apenas extrapolações feitas por experts a partir do pouco que foi até agora revelado. Mas dizer pouco é um disfemismo safado do escriba, na verdade, o que o Flamengo de Paulo Sousa, cheio de remendos, reservas e crias, apresentou em 90 minutos em termos de variações táticas, modelos de jogo e soluções inovadoras foi muito mais que Dome, Ceni e Renight apresentaram em um ano e meio.

Domingo, com mais titulares à disposição e diante de um time supostamente mais arrumadinho, esse Flamengo de Paulo Sousa terá que começar a sair do ovo. Para muitos torcedores o Flamengo está devendo em matéria de Fla-Flu, a sensação da torcida rubro-negra é que o Flamengo não vence os decadentes burgueses de Laranjópolis há anos e anos. Mas basta checar as estatísticas para ver que são apenas dois jogos apanhando desses inúteis. Ainda assim é inaceitável.

Link do Artigo do DiariodoFla.com.br

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