Notícias

Antes do Flamengo: as histórias do início de Everton Cebolinha, do desodorante rolon à ‘dura’ que o impediu de desistir


Flamengo enfrenta o Vélez Sarsfield nesta quarta-feira, no Maracanã, pela Conmebol Libertadores, com transmissão ao vivo pela ESPN no Star+, às 21h30


Everton Cebolinha deve ser titular do

Flamengo

que recebe o Vélez Sarsfield nesta quarta-feira

, às 21h30 (de Brasília), por uma vaga na grande final da


Conmebol Libertadores


. A partida terá


transmissão pela ESPN no Star+


, e os brasileiros defendem uma vantagem de 4 a 0.

Do

atacante que deve ganhar a vaga do pendurado Gabigol

, você deve conhecer bem o período de brilho no


Grêmio


, que o levou à


seleção brasileira


e também ao


Benfica


. Se Cebolinha não explodiu em Portugal, a

volta ao futebol nacional é uma tentativa de reencontrar também seus melhores dias.

Mas e o que pouca gente sabe sobre o agora jogador rubro-negro,

contratado em negócio de mais de R$ 80 milhões

? A

ESPN

foi até o Ceará para ouvir

algumas histórias de quem conhece como ninguém a trajetória de Everton Cebolinha: seu pai, Carlos Alberto Soares.

Casa sem desodorante rolon

Bem antes de Everton ganhar qualquer apelido,

a família precisou mudar o tipo de desodorante que era usado em casa

. É que o formato esférico do modelo rolon acabava virando bola para que o futuro jogador já desse seus primeiros chutes.

“O Everton era sapeca, não parava, a gente achava que ele era hiperativo.

Tudo que tivesse formato de uma bola, ele saia chutando

. Até desodorante rolon eu tive que jogar fora, porque ele tirava o desodorante para ficar chutando.”


Everton é natural de Maracanaú, próximo de Fortaleza, capital do Ceará.

Seu pai o levou a um estádio de futebol pela primeira vez aos cinco anos de idade, mas a criança sempre se interessava mais em chutar uma bola, do que assistir. “Esse amor virou um dom”, conta Soares.

O pai diz que soube que o filho seria jogador logo. “Com 10 anos, eu comprei uma chuteira. Foi onde caiu a ficha. Ele calçou a chuteira pela primeira vez, e parecia que estava descalço. O melhor jogo da vida dele de criança foi com a chuteira nos pés. Ali foi o diferencial.”

Everton quase desistiu do futebol

Não foi fácil, porém, para que Everton triunfasse no futebol. Toda sua família fez sacrifícios em nome do sonho. “Eu trabalhava à noite para acompanhar ele nos treinos. A mãe de dia como costureira e em casa de família. Tinha dia que eu tinha dois reais. Ou comprava o pão ou dava para ele ir ao treino. Muitas vezes, dava o dinheiro para o treino dele e depois se virava para comprar o pão”, lembra o pai.

Foram esses episódios que fizeram que Everton prometesse que, com seu primeiro salário, compraria uma casa para a mãe; e, com o segundo, um carro para Soares. Cumpriu ao virar profissional no Grêmio, que o comprou do Fortaleza.

Antes disso, porém, ele quase desistiu do futebol. “Ele foi dispensado por um treinador do Fortaleza sem fazer teste. Ele chegou em casa muito zangado, chorando, dizendo que não queria mais ser jogador de futebol, que o sonho era meu que queria que ele fosse jogador.”

“Eu falei um palavrão e disse que, nem que amarrasse, ele iria fazer o teste. Se não fosse jogador, seria por opção dele, não por dizer que o pai não deu apoio. No outro dia, ele fez o teste e ficou. Hoje a gente conversa: ‘Já pensou, pai, se você tivesse me deixado desistir?’.”

As lágrimas que fortaleceram

Ainda buscando emplacar no Ceará, antes da ida ao Fortaleza, Everton teve outra desilusão ao não conseguir ficar no Ferroviário. “Não deram nem uniforme para ele”, lembra o pai.

“Uma cena que sempre me lembro, me passa um filme. Quando vinha voltando desse dia, ele vinha sentado na poltrona da frente do ônibus, chorando copiosamente; e, na poltrona de trás, eu, escorrendo a lágrima. Não ia entrar ali e chorar que nem ele, para não mexer com a cabeça dele. Fui só acalentando. Era a primeira de várias que ia acontecer, mas que ele não abaixasse a cabeça. Um tio dele conseguiu um teste no Fortaleza, passou e hoje é o Everton Cebolinha”, completa Soares.

Já próximo de se tornar profissional no Grêmio, Cebolinha também chorou. Mas desta vez o sofrimento era pela distância da família, que seguiu no Nordeste. “Foi difícil. Ele ligava para a gente, e a nossa condição, eu era assalariado, super apertado, dificuldade ao extremo… O Everton, nordestino no Rio Grande do Sul. Ele chegou de camiseta.”

“Hoje, com telefone bom, dá para fazer uma chamada de vídeo, mas, naquela época, não tínhamos telefone. Quando conseguimos um, era só o áudio, não tinha internet. A mãe, quando o Everton ligava, chorava; quando desligava, o Everton chorava do outro lado. E eu chorava escondido”, recorda Soares.

“Ela me culpava. ‘Você é o culpado por ele estar passando por isso’. Mas sempre, no fundo do coração, ‘isso vai valer a pena’. Não me arrependo de nada do que a gente fez. Se fosse para fazer de novo, eu faria tudo novamente”, encerra o pai do agora jogador do Flamengo.

Link Original

E pra você que curte o mundo esportivo -- entre agora mesmo em Palpites GE e tenha sempre em mãos as melhores dicas de investimento no futebol brasileiro e internacional.