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Andrei Kampff: Liga erra com seis clubes decidindo o que é melhor para 40


A

organização de uma liga de clubes

para organizar o Campeonato Brasileiro teve passos importantes nos últimos dias, com oito clubes assinando adesão à proposta do grupo que se iniciou com Flamengo,

Corinthians

, Palmeiras,

Red Bull Bragantino

, Santos e São Paulo, mas também teve discordância de outros,

como o Athletico-PR

, assim como a divisão de valores

desagradou a Fortaleza

, Ceará, Juventude, entre outros.

No

UOL News Esporte

, Andrei Kampff afirma que é preciso cuidado para que esta não seja mais uma oportunidade desperdiçada de se criar um bom projeto e considera um erro a forma como a liga começa pouco democrática, com seis clubes decidindo pelo futuro dos 40 que estão na Série A e na Série B do

futebol

nacional.

“A gente não pode usar mais essa oportunidade histórica para fazer mais do mesmo. Essa organização começa para mim com um erro gigante, é uma liga de seis tentando estabelecer o que é melhor para 40 clubes, então isso apresenta um déficit democrático gigante, a liga brasileira só vai ter força se existir uma unidade, é fundamental no futebol brasileiro a gente fundar uma cultura, o teu adversário de campo é teu parceiro na construção de um produto forte”, diz Kampff.

“O Brasil adora olhar modelos de fora mas para aquilo que interessa, traz para cá e importa para cá a parte que lhe interessa, não traz para cá o modelo inteiro para se analisar. (…) A gente entra em uma questão que é essa econômica, o modelo apresentado de 40% de divisão do faturamento geral, de maneira igual, não é o modelo apresentado nas principais ligas do mundo, porque ele ataca o equilíbrio esportivo. Nas principais ligas do mundo, 50% da divisão vai para todos os clubes de maneira igual, 25% de engajamento e 25% desempenho desportivo. Por que precisa ser assim? Qual é a essência do esporte? É a imprevisibilidade de resultado”, completa.

O colunista do UOL cita os problemas que a La Liga teve na Espanha ao criar um modelo que foi favorável à disparidade de Barcelona e

Real Madrid

com os demais clubes, o que acabou modificado por meio de uma lei nacional, algo que não seria possível no Brasil.

“No Campeonato Espanhol quando essa divisão não era feita de uma maneira um pouco mais equilibrada, Barcelona e Real Madrid passaram a mandar no futebol espanhol de uma maneira absurda, o produto perdeu o interesse, não tinha comercialização no exterior, o governo teve que intervir e determinou uma lei equilibrando essas receitas”, cita Kampff.

“É uma decisão que tem que partir dos clube e esse equilíbrio financeiro passa a ser fundamental para manter justamente essa essência, esse pilar do direito desportivo e pilar do esporte, que é o equilíbrio competitivo, que alimenta a incerteza do resultado, que alimenta a paixão do torcedor. Mas tendo um déficit democrático nessa discussão, ela já parte de uma maneira, no meu ponto de vista, equivocada, essa discussão precisa ser ampla, abraçando os 40 clubes e tomando a melhor decisão não para o time A, para o time B ou para o time C, mas para o produto futebol brasileiro”, conclui.

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