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Análise Tática Flamengo 3 x 0 Bahia: Rodando o elenco


(Foto: Reprodução/Alexandre Vidal/Flamengo)

O Flamengo venceu o Bahia por 3 a 0, nesta quinta-feira (12/11), no Maracanã, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido fez o que dissemos na análise da semana que Renato Gaúcho deveria fazer: rodou o elenco. Isso porque, as chances do tricampeonato nacional são praticamente nulas, ou seja, o rubro-negro precisa usar o Brasileirão agora como um preparatório para a grande decisão da Libertadores. Assim, poupando vários atletas e com apenas três titulares, a equipe conseguiu uma boa vitória, para aliviar o momento ruim que vinha passando.

Para a partida, o Mais Querido não contou com: Diego Alves, Filipe Luís, Arrascaeta e Pedro, lesionados, Isla, convocado para a Seleção Chilena, Everton Ribeiro, suspenso, Rodrigo Caio e Willian Arão, poupados. Também preservados, Bruno Henrique e Michael começaram no banco. Assim, do time considerado titular, apenas David Luiz, Gabigol e Andreas Pereira atuaram – isso que o belga-brasileiro ainda atuou fora de posição. As grandes novidades foram a volta de Hugo Souza, Rodinei, Diego e Kenedy. Assim, o Flamengo entrou em campo em uma espécie de 4-3-3, com: Hugo; Rodinei; Gustavo Henrique e David Luiz; Ramon; Thiago Maia, Diego e Andreas; Kenedy, Vitinho e Gabigol.

A equipe mudou algumas questões. Diferente de Arão, Thiago Maia não tem como costume recuar entre os zagueiros para auxiliar na saída de bola, ficando como uma opção para receber o passe na linha da frente. O posicionamento não fez falta, já que, com David Luiz, o Flamengo passa a ter um zagueiro que lança muito bem. Rodinei e Ramon tinham bastante liberdade para avançar, até porque Kenedy é canhoto e atuou aberto na direita, enquanto Vitinho é destro e jogou pela esquerda. Assim, ambos têm a tendência de cortar para dentro, dando o corredor para os laterais avançarem. Na primeira etapa, o jovem lateral-esquerdo foi bastante acionado no fundo, bem mais que nas últimas partidas, mas não estava em um dia inspirado nos cruzamentos.

No meio, uma movimentação bem interessante. Thiago Maia foi o primeiro volante, Diego o segundo e Andreas ficou mais adiantado. Mas, diferente de outras ocasiões, o belga-brasileiro não ficou “fixo” próximo da área. Os três jogadores rodaram bastante. Assim, o camisa 18 muitas vezes recuou para fazer a transição defensiva e ler o jogo de frente, enquanto Diego ou até Maia avançavam. Dessa forma, ele atuou bem melhor e participou mais da partida. Thiago Maia foi outro que teve uma baita atuação. Jogando na função de origem, o atleta deu solidez defensiva à equipe, além de ter ido muito bem nos passes curtos e, inclusive, nas bolas longas. O próprio lance que origina o pênalti do primeiro gol começa com um lançamento do jogador. Diego, por sua vez, foi abaixo.

O camisa 10 até deu alguns bons passes na distribuição e se movimentou, alternando bastante com Andreas. Inclusive, no pênalti do primeiro gol, Diego quem está mais adiantado e recebe a bola de Thiago Maia já dentro da área, dominando no peito e dando a bicicleta. A bola bateu no peito do defensor, mas o árbitro marcou pênalti e Gabigol fez. Entretanto, o meia falhou em alguns momentos, perdendo bolas importantes, pois segurou demais, gerando contra-ataques perigosos. O mesmo aconteceu, por exemplo, contra o Athletico, na volta da semifinal da Copa do Brasil, o que resultou na penalidade para a equipe paranaense. Além disso, o capitão ainda foi expulso contra o tricolor baiano no 2º tempo, em lance que perdeu o controle após sofrer cotovelada e enforcou Rossi.

O Mais Querido não fez um grande primeiro tempo contra o Bahia. A equipe controlava a posse, mas encontrava dificuldades em criar jogadas de perigo. Na maioria das vezes, buscava o lado para fazer um cruzamento, só que o time não tinha bons cabeceadores. A principal chance, por exemplo, foi uma bela bola de Rodinei para Vitinho, que fez o facão e cabeceou livre, só que pegou mal e jogou para fora. Então, veio o erro da arbitragem e o Flamengo abriu o placar, no único chute a gol que deu em toda a primeira etapa. O tricolor, por sua vez, se fechava e buscava o contra-ataque – algo que até chegou a fazer com perigo, parando em Hugo Souza e no David Luiz. Mas, aos 41, outro lance que mudou o jogo. Matheus Bahia sofreu 2º amarelo, merecido, e foi expulso, deixando o rubro-nego com um jogador a mais.

No intervalo, Renato Gaúcho fez a primeira mudança, colocando Michael na vaga de Kenedy, que sofreu uma pancada no tornozelo. Assim, o ponta ocupou a ala-esquerda, movendo Vitinho para a direita. O Mais Querido aproveitava a vantagem numérica para rodar a bola no campo de ataque e buscava velocidade para explorar os buracos que o Bahia deixava, já que o tricolor ainda tentou fazer o gol de empate no começo. Aos 10, Vitinho recebeu pela direita, driblou o marcador dentro da área e fez ótimo cruzamento rasteiro, nos pés de Gabigol, dentro da pequena área, que furou. Dois minutos depois, Rodinei acionou o atacante novamente em profundidade, que correu e, mesmo sem muito ângulo, deu ótimo cruzamento para Michael empurrar para o fundo das redes.

O gol em si já “mataria” o jogo, mas o Bahia ainda tentou marcar logo em seguida, normalmente explorando Nino Paraíba pela direita. Então, o lance que tirou de vez qualquer esperança do tricolor baiano. Rossi tinha entrado há 1 minuto e deu a cotovelada em Diego, que revidou. Após checagem no VAR, o árbitro expulsou ambos. Com apenas 9 jogadores em campo e um atleta a menos que o Flamengo, a equipe de Guto Ferreira apenas se fechou, para não tomar uma goleada, pois sabia que se tentasse atacar iria deixar muitos espaços na defesa. Não atoa, o time não finalizou mais no confronto e sequer ameaçou.

Renato Gaúcho fez duas mudanças em seguida. Tirou David Luiz, para preservar, e colocou Bruno Viana, enquanto tirou Ramon e botou Bruno Henrique. Dessa forma, enfrentando uma equipe acuada, o rubro-negro passou a ocupar o campo ofensivo e atuar em uma espécie de 2-3-2-2. Isso porque, os dois zagueiros eram os únicos da linha mais baixa. Na frente deles, Thiago Maia era o principal protetor, pois jogava centralizado, de 1º homem, só que sempre caindo pela esquerda para cobrir o lado de Ramon, caso o Bahia tentasse atacar por lá. Rodinei era praticamente um ala, sempre avançando na direita, enquanto Andreas recuou para fazer a transição e distribuir o jogo. Michael ficava aberto na esquerda, Vitinho na direita, caindo por dentro, enquanto Gabigol e Bruno Henrique faziam a dupla de ataque.

Sem tanta intensidade, o time ficou rodando a área adversária, tentando achar uma brecha. O lado direito era o mais perigoso, seja com Rodinei ou, principalmente, Vitinho. Na principal chance, o lateral recebeu passe do camisa 11 na profundidade e cruzou rasteiro para Bruno Henrique, livre, na marca do pênalti, que bateu de primeira e mandou por cima. Renato ainda tirou Thiago Maia para colocar Piris da Motta, botando sangue novo na marcação, e depois, no final, tirou Vitinho para botar Renê, “arrumando” a última linha. Ainda deu tempo para o último gol aos 43. Andreas Pereira recebeu passe em profundidade na direita. Rodinei e Bruno Henrique se aproximaram. O volante voltou no lateral, que tabelou com BH e devolveu no belga-brasileiro. Andreas foi para trás, depois conduziu por dentro, com liberdade, e chutou de fora da área, de canhota, no cantinho, matando o jogo.

A partida, então, foi importante para o Flamengo rodar o elenco. Jogadores que vinham de uma sequência pesada de jogos, como Arão, Michael e Bruno Henrique, foram preservados, pelo menos de parte da partida, enquanto outros atletas tiveram a chance de ganhar ritmo e mostrarem bom futebol para o treinador, inclusive os que estavam em má fase. Hugo Souza foi bem seguro quando acionado, Rodinei teve boa atuação, Thiago Maia foi muito bem de primeiro volante e Vitinho o grande destaque. Andreas, por sua vez, é um titular, só que precisava voltar a atuar em alto nível, que foi o que fez, sendo coroado com o gol. Jogo bom para elevar a confiança e recuperar os atletas, física e tecnicamente.

 

Link do Artigo do DiariodoFla.com.br

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