Notícias

Análise: perda do meio-campo faz Flamengo ser derrotado em tarde de tomada de decisões erradas


Como o próprio Paulo Sousa disse após o jogo,

“uma parte do coração do

Flamengo

, que é o corredor central”, não bateu no compasso esperado

. E com muitas tomadas de decisões equivocadas e passes errados aos montes, o time perdeu o meio-campo e a partida para o Athletico-PR por 1 a 0.

João Gomes, um dos destaques do

Flamengo

no ano, e Thiago Maia, que vinha de grande atuação contra o Palmeiras, estiveram muito aquém. Precipitaram passes simples, não foram tão eficazes como antes no combate e tiveram participação decisiva para o time se mostrar bagunçado em campo por alguns momentos.


+Atuações do Flamengo: com muitos erros de passe, volantes Gomes e Thiago Maia são os piores em Curitiba

Paulo Sousa queria um meio-campo mais cadenciado e menos acelerado. A bola queimava no pé dos volantes do

Flamengo

, e isso, na visão do português, teve peso decisivo para o jogo rubro-negro não fluir.

– Com certeza penso que tivemos alguma dificuldade em ter mais pausa no jogo e maior controle do ritmo do jogo. Sobretudo após os primeiros 10, 15 minutos, o nosso bloco foi médio, ganhávamos posse e perdíamos muito rápido. E isso nos levou a ter alguma desorganização porque quando partimos para a transição procurando espaços. E nesse preciso momento é importante essa execução ser correta. No primeiro, segundo e terceiro passes, que nos dão a possibilidade de uma organização defensiva.

– Sem dúvida uma parte do nosso coração de criação é o corredor central. E hoje os nossos volantes tiveram alguma dificuldade porque precisaram de mais toque para poderem ter um maior controle e conduzir o nosso jogo em termos ofensivo. E isso permitiu aos nossos adversários, que são rápidos e conhecem a velocidade do próprio jogo nesse gramado, nos agredirem e tirarem o nosso tempo de tomar decisões – explicou o português.

João Gomes, um dos grandes nomes do Flamengo no ano, não foi bem — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo
1 de 6 João Gomes, um dos grandes nomes do Flamengo no ano, não foi bem — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

João Gomes, um dos grandes nomes do Flamengo no ano, não foi bem — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

É bem verdade que até Arrascaeta, grande nome do time na temporada, também não viveu uma tarde feliz em Curitiba. Teve ótima oportunidade de passe para Gabigol aos 36 minutos do segundo tempo, mas preferiu erradamente Andreas.

Os fanáticos por números podem citar também que Arrasca foi quem mais errou passes no

Flamengo

– 14 de 52 tentados – , mas em sua função e com o talento que tem, trata-se de algo natural. É ele quem arrisca os toques mais rebuscados na bola. Falhou também porque a pediu o tempo todo. Ao abordar o próprio jogo, o uruguaio disse:

“Não somos máquinas”


(veja abaixo).

O uruguaio, aliás, teve boa chance para marcar no fim do primeiro tempo, lance citado por Paulo como uma das poucas jogadas bem tramadas pelo meio-campo no jogo. Tal análise foi feita após nova introdução com menção direta aos volantes.

– Sem dúvida os nossos volantes que têm de dar pausa, dar circulação, atrair linhas adversárias para depois procurarmos a profundidade, como foi o último lance da primeira etapa. Tivemos muito bem, pacientes na circulação para podermos atrair e depois jogar com Pedro e para o aparecimento do Arrasca para uma finalização que poderia ter saído bem melhor

(veja abaixo)

.


Paulo Sousa insiste com Marinho pela esquerda e Lázaro pela direita

Desde a primeira partida da decisão estadual, Paulo Sousa tem testado Marinho em um novo posicionamento, pela ala esquerda, em busca de mais profundidade. A experiência não tem sido positiva entretanto. O meia-atacante jogou a vida toda pelo outro lado e parece desconfortável ali.

É verdade que começou bem explorando o corredor esquerdo de ataque do

Flamengo

com muita movimentação e cruzamentos, mas logo começou a tomar decisões precipitadas e não conseguiu fazer o próprio jogo fluir. Errou 10 de 21 passes tentados.

Athletico-PR x Flamengo: Marinho — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo
2 de 6 Athletico-PR x Flamengo: Marinho — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

Athletico-PR x Flamengo: Marinho — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

Lázaro, que parecia ter se encontrado no

Flamengo

jogando de pé invertido pela esquerda, não rendeu no outro flanco fazendo a função de Everton Ribeiro. Teve pouca penetração e não permitiu a Arrascaeta e Pedro mais profundidade.

Paulo parece ter feito mea-culpa ao inverter Marinho e Lázaro justamente após o gol de Terans, ainda no primeiro tempo, aos 31 minutos. Tal posicionamento durou pouco, pois Lázaro seguiu apagado, e o português o sacou no intervalo. Colocou Ribeiro na direita, e Marinho voltou para esquerda.


Por que poupar? Paulo Sousa cita problemas físicos

Paulo Sousa decidiu iniciar o jogo com os habituais titulares Filipe Luís, David Luiz, Gabigol e Everton Ribeiro no banco. O fez por conta do desgaste físico, principalmente depois de um jogo muito intenso com o Palmeiras. E também para evitar que Ribeiro e Gabi, por exemplo, agravassem problemas apresentados durante a semana.

– Sem dúvida (preciso poupar), pelo tempo de recuperação, pelo número de jogos acumulados sobretudo em alguns jogadores. Jogadores que têm histórico de lesões especialmente articulares que poderiam condicionar um futuro breve, e aí tomamos decisões de eles não participarem de jogos. O número de jogos que alguns jogadores atingiram na última partida e o tempo de recuperação nos condicionou bastante.

– O Everton tinha um gêmeo (músculo do glúteo) bastante carregado, nós procuramos retirar para não agravar. O próprio Gabi tinha um ísquio (osso da região inferior da pélvis) bastante carregado. Alguns condicionamentos iniciais que nos fizeram decidir por sermos mais conservadores para não perder esses jogadores por mais tempo.

Apesar de o meio-campo ter sido o calcanhar de Aquiles do

Flamengo

, alguns pontos merecem elogios. Os zagueiros estiveram bem. Pablo estreou muito bem, com firmeza e precisão nos combates apesar de algumas avaliações erradas provocadas pela falta de ritmo de jogo.

Willian Arão até mostrou-se desatento em alguns lances no primeiro tempo, mas logo se recuperou com muita combatividade. Conseguiu fechar o corredor direito na maioria das vezes e se lançou em bolas com carrinhos que impediram projeções perigosas do adversário.

Sem problemas defensivos, Léo Pereira foi importante na construção de jogo. Pisou bastante no campo adversário, participou da jogada elogiada por Paulo Sousa e, já jogando como ala, entrou na área para fazer cruzamento perigoso no fim do jogo.

Pablo foi firme e terminou como líder de desarmes no jogo, com cinco no total — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo
3 de 6 Pablo foi firme e terminou como líder de desarmes no jogo, com cinco no total — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

Pablo foi firme e terminou como líder de desarmes no jogo, com cinco no total — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

Com um sistema defensivo sólido, Paulo apostou em Andreas Pereira, menos marcador que Thiago Maia e João Gomes, e a opção foi interessante. A circulação da bola melhorou, e o meio-campista proporcionou maior chegada no último terço. Cobrou falta, finalizou de fora da área e mostrou-se interessado em mudar o panorama da partida.

Everton Ribeiro foi outro que entrou bem, dando sequência ao bom momento que vem vivendo. Venceu duelos individuais com movimentos bem pensados e dribles, dando ao meio-campo um respiro a mais com um ritmo menos acelerado. Além disso, fez o jogo de Isla crescer. É verdade que o chileno cometeu um pênalti, mas novamente não comprometeu e deu opções pelo lado direito.

Andreas entrou bem em Athletico x Flamengo — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo
4 de 6 Andreas entrou bem em Athletico x Flamengo — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

Andreas entrou bem em Athletico x Flamengo — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo


Derrota que freia o crescimento no Brasileiro, mas que não é o fim do mundo

O

Flamengo

sofreu daquelas derrotas que quebram um espiral de evolução no aspecto dos resultados. E jogando mal. Mas o revés não pode provocar análises casuístas que façam a mudança do botão “Rumo a Tóquio” para o “Crise na Gávea”.

O meio-campo errou, Paulo Sousa errou, e o time perdeu, mas ainda há espaço para evoluir e dar sequência ao bom futebol praticado nas partidas anteriores, sobretudo pelos homens de frente. Pedro teve a chance tão esperada. Mostrou-se com pouca mobilidade, mas fez o pivô com precisão no terço final, ganhou jogadas no corpo e deu passes que surpreendem adversários. É mais um que pode esperar por mais oportunidades.

O

Flamengo

perdeu, freou sua subida de elevador na tabela do Brasileiro, mas tem três dias para se preparar de olho num duelo que pode encaminhar bem sua classificação às oitavas de final da Libertadores. O próximo compromisso é contra a Universidad Católica, na próxima quinta-feira, às 19h, no Chile.

Nem oito, nem 80. É hora de reavaliar erros para voltar aos trilhos das vitórias.


+ Quer transformar seu conhecimento sobre o futebol em prêmios em dinheiro a cada rodada do Brasileirão? Acesse o Cartola Express!


+ Contratações do Flamengo para 2022: veja quem chega, quem fica e quem vai embora do clube


+ Leia mais notícias do Flamengo


5 de 6


Bora de Brasileirão! A maior oferta de jogos por um preço que dá jogo. Assine o Premiere!

O

podcast ge Flamengo

está disponível nas seguintes plataformas:

🎧 Globoplay –

clique aqui para ouvir!

🎧 Spotify –

clique aqui para ouvir!

🎧 Google Podcasts –

clique aqui para ouvir!

🎧 Apple Podcasts –

clique aqui para ouvir!

🎧 Pocket Casts –

clique aqui para ouvir!

▶️ Dá o play!


Assista: tudo sobre o



Flamengo



no ge, na Globo e no sportv


6 de 6

Link Original

E pra você que curte o mundo esportivo -- entre agora mesmo em Palpites GE e tenha sempre em mãos as melhores dicas de investimento no futebol brasileiro e internacional.