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Abel e Cuca têm “guerra fria”, mas Fla vira rival mais próximo do Palmeiras


Parodiando uma famosa placa de papelão de um torcedor do

Flamengo

em época de

Carnaval

, aquilo que aconteceu na Inglaterra —

entre Antonio Conte e Thomas Tuchel

— não vai acontecer por aqui porque o brasileiro é educado. Ao mesmo tempo, se no Brasil não houve encontro de treinadores tão explosivo e direto como o que se viu no Chelsea x Tottenham, os últimos dias reservaram uma “guerra fria” entre Cuca e Abel Ferreira.

Os episódios que alimentaram a rivalidade foram no confronto entre

Atlético-MG

e Palmeiras, pela

Libertadores

, mas desaguaram na 22ª rodada do

Brasileirão

. É possível, inclusive, contar o que foi o fim de semana de

futebol

tendo técnicos como guias do roteiro.

A disputa Abel x Cuca coincide com um período em que estrangeiros têm perdido espaço no mercado nacional.

Como o paraguaio Gustavo Morínigo foi demitido do Coritiba,

restam quatro dos nove gringos que começaram a Série A empregados na elite do país. Além de Abel no Palmeiras, Vítor Pereira (

Corinthians

), Luís Castro (Botafogo) e Vojvoda (Fortaleza) são os remanescentes.

A demissão de Morínigo foi só a primeira da rodada

, já que o Ceará também mandou Marquinhos Santos embora.

O ponto é que Abel é o melhor exemplo de longevidade e sucesso recente de técnicos estrangeiros por aqui, desde a saída de Jorge Jesus do Flamengo. O técnico do Palmeiras navega em águas tranquilas após levar a melhor sobre Cuca em mais um confronto direto. Na Série A, a distância para o principal perseguidor agora é de nove pontos, depois da

vitória sobre o rival Corinthians

. Mas o que reverbera nos microfones ainda é o duelo contra os atleticanos.

No meio de semana,

Abel descreveu como o time de Cuca não conseguiu fazer gol no Palmeiras

, mesmo com dois jogadores a mais – a classificação ganhou contornos épicos com a vitória nos pênaltis. Na visão do palmeirense, o Galo tinha “muitos jogadores fora do bloco” do Palmeiras e “não tinha gente por dentro para atacar a linha”. Por essa leitura, o trabalho defensivo ficou mais fácil.


Cuca respondeu após a vitória suada diante do Coritiba

— a primeira dele na atual passagem, que chegou ao quinto jogo. O fim do raciocínio teve um “pronto, falei”, dando um tom de desabafo às afirmações na coletiva. Cuca citou a atitude de Abel durante a disputa de pênalti no Allianz Parque e até ironizou o lema “cabeça fria, coração quente”, título do livro lançado pelo técnico português.

Quando você está vencendo, tudo que você faz é perfeito, bonito, maravilhoso. Se você sai para o vestiário e vai escutar música na hora dos pênaltis e ganha, vira moda. E se perdesse? Quando você cai seis vezes no mesmo canto e ganha, é legal. Você lembra o Muralha que caiu seis vezes e perdeu? Quando você tem dois jogadores expulsos não passa nada porque a cabeça é fria, mas não foram cabeça fria, podiam ter quebrado um jogador. Se a derrota vem para eles nesse jogo, vocês estavam cobrando as duas expulsões, as seis caídas no mesmo canto, o treinador que não ficou para os pênaltis.”


Cuca, técnico do Atlético-MG

O assunto chegou até em quem não tinha ligação direta com a história. Depois da vitória do Inter por 3 a 0 sobre o Fluminense, Mano Menezes aproveitou a entrevista coletiva para alfinetar Abel Ferreira. O

técnico gaúcho usou as falas do português sobre blocos para falar que “vocês ouviram uma aula aí na semana passada.”

Palmeiras x Flamengo vem aí?

Mas

a vitória do Palmeiras de Abel sobre o Corinthians confirma a letalidade desse time,

mesmo quando não dá espetáculo. Tem dado tudo certo. Até um gol contra aparece para evitar que pontos fiquem no caminho. Abel fez questão de “baixar a empolgação” dos repórteres na coletiva e pediu “foco”.

São seis vitórias seguidas no Brasileirão. E o próximo adversário é o Flamengo, justamente o novo vice-líder e que também ganhou as últimas seis partidas de forma consecutiva no campeonato e chegou ao mesmo número de gols marcados pelo Palmeiras: 37.

Dorival Júnior, técnico do Flamengo - Jorge Rodrigues/AGIF - Jorge Rodrigues/AGIF

Dorival Júnior, técnico do Flamengo

Imagem: Jorge Rodrigues/AGIF

A aparição rubro-negra nesse degrau da tabela, inclusive, traz uma certa lógica diante dos investimentos dos clubes. O prognóstico antes da competição indicava uma disputa entre Palmeiras, Fla e Atlético-MG. O time agora treinado por Cuca é quem ainda está devendo resultados no ano e, desde a eliminação de quarta, só tem o Brasileirão no calendário.

Nesse embate entre brasileiros e estrangeiros, Dorival é um símbolo de uma retomada de crédito dos técnicos locais, já que mudou completamente — para melhor — a cara do Fla, após substituir o português Paulo Sousa.

Dorival tem sabido gerir o ótimo elenco do Fla. Um time joga as copas e

outro vai bem no Brasileirão

.

A goleada por 5 a 0 sobre o Athletico

de Felipão salta aos olhos. Foram cinco gols no segundo tempo, coisa que a Alemanha fez contra o Brasil de Scolari no fatídico 7 a 1. E antes do embate com Abel, no fim de semana, Dorival tem reencontro com Felipão na quarta-feira, pelas quartas de final da Copa do Brasil.

Vitor Pereira “quente”

O Corinthians foi eliminado da Libertadores pelo próprio Flamengo e viu a derrota para o Palmeiras, no sábado, trazer um efeito dominó para o técnico Vitor Pereira. Questionamentos e mais questionamentos. No microfone da coletiva, mais um posicionamento de treinador que gerou discussão neste fim de semana. Ao ser indagado se tinha medo de demissão,

Vitor foi “sincerão”

.

Você deve estar a brincar comigo, cara. Deve estar a brincar comigo com essa pergunta. Eu, nesta fase da minha vida, da minha carreira, ter medo de perder emprego? Sabe quanto dinheiro eu tenho no banco, amigo? Eu tenho a vida estabilizada, não preciso… Estou aqui no Corinthians, se não for no Corinthians é em outro clube qualquer. E quando eu quiser. Isso sobre sair passa ao lado”.


Vitor Pereira, técnico do Corinthians

Só que a realidade nua e crua pode ser confundida com soberba. No dia seguinte, o

treinador alegou que não se expressou da melhor forma e reagiu “quente, enervado, sem paciência”

a uma derrota que classificou como “injusta”.

“Não vim para o Corinthians por dinheiro, vim por amor, por paixão, pelo desafio, por sentir uma identificação com a torcida e o povo do Corinthians. Um povo que trabalha, um povo que sofre, que tem dificuldades para comprar ingressos para ir ao estádio. Também vim de uma família humilde, sei o que é viver com dificuldades. Também quis transmitir claramente que estarei de corpo e alma enquanto o Corinthians me quiser. Dar o melhor de mim, de nós, da minha comissão técnica”, disse o técnico do Corinthians, em entrevista exclusiva ao colunista do UOL Esporte Bruno Andrade.

Inter imprevisível faz “Dinizismo” tropeçar

Na narrativa sobre treinadores na temporada atual, Mano Menezes vive uma imprevisibilidade com o Internacional. Nas últimas três rodadas do Brasileirão, fez 3 a 0 no Atlético-MG, levou 3 a 0 do Fortaleza e

voltou a aplicar um 3 a 0, agora diante do Fluminense de Fernando Diniz.

Isso tudo tendo no meio uma eliminação da Sul-Americana frente ao peruano Melgar. O resultado no Beira-Rio significou o fim de uma série de 13 partidas de invencibilidade do “Dinizismo” no Flu. Mas o time ainda se sustenta no G4, por ora.

Fortaleza de Vojvoda respira

Depois de 20 rodadas, o Fortaleza está fora da zona de rebaixamento.

E foi justamente o resultado contra o rival Ceará

que culminou com a demissão do treinador do rival, Marquinhos Santos. O trabalho de Juan Pablo Vojvoda parece ter voltado aos eixos, sobretudo após a saída do Fortaleza de outras competições. Com o cobertor curto, o time está focado em não passar uma fria na Série B.

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