O Flamengo venceu o Fluminense e engrenou sua quarta vitória seguida na temporada. Apesar do ótimo resultado, o desempenho mais uma vez deixou a desejar em todos os aspectos do jogo.
Fluminense inicia melhor o jogo e saí na frente do Flamengo
Começando pelo plano tático, Paulo Sousa voltou a utilizar uma equipe sem Pedro entre os titulares. Com isso, Bruno Henrique e Arrascaeta voltaram a ser as principais opções de profundidade.
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Do lado tricolor, Fernando Diniz trouxe duas mudanças importantes pela esquerda. Com Yago Felipe na lateral e Arias pela meia, o Tricolor das Laranjeiras testou duas novas peças ainda não utilizadas no setor pelo novo técnico.
O jogo começou com o Mengão com bola e com as já notáveis dificuldades de entrada em último terço. Uma posse lateral e lenta.
Com gatilhos de pressão bem coordenados, o Fluminense conseguia limitar as ações com bola em organização ofensiva do Flamengo. Obrigando o Mais Querido a forçar bolas mais longas para fugir da marcação em bloco médio tricolor sem êxito.
Com bola o Fluminense também buscava bastante bolas longas. Porém, com maior fluidez na primeira fase de construção concentrando jogadores próximos à bola, em especial Ganso. Após boa construção pela direita, chegou ao gol em bola parada com Cano.
Após o gol, o Flamengo seguia com uma posse pouco agressiva Arão e Andreas não conseguiam gerar jogo por dentro, enquanto Bruno Henrique era encaixotado por Samuel Xavier e os movimentos de recomposição de Luiz Henrique.
Com bola, o Flu seguia sendo mais perigoso. Diniz dá toda liberdade para seu camisa 10 flutuar pelo campo e concentrar jogadores próximos para realizar rápidas trocas de passes. Gerando regiões de superioridade numérica onde conseguia facilmente sair da pressão rubro-negra no portador da bola.
Ainda assim o Fluminense não conseguia traduziu a maior facilidade de trabalhar em organização ofensiva ampliando o placar. Tecnicamente superior, o Flamengo começou a gerar perigo para a meta de Fábio. Mesmo sem conseguir executar seu plano de jogo, em alguns minutos o Mengão voltou para a partida.
Em transição ofensiva, Ayrton Lucas conseguiu interceptar passe de Ganso e a bola sobrou para Bruno Henrique. O atacante cruzou para área e Everton Ribeiro finalizou com perigo.
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Em seguida, o Flamengo chegou ao gol de empate. Em boa associação pela direita, Gabi encontrou Everton Ribeiro que acionou Matheuzinho nas costas de Yago Felipe. Andreas se aproveitou da desatenção de Cano para finalizar livre na meia-lua. 1×1.
Em lançamento despretensioso de David Luiz, Bruno Henrique conseguiu vencer Fábio e dominar na área sem o goleiro no gol. O camisa 27 serviu Arrascaeta, que não conseguiu finalizar a bola para as redes.
Após rápida cobrança de falta, Cano teve a última grande chance do primeiro tempo, mas parou em boa intervenção de Hugo. O primeiro tempo terminou com a sensação de que o Flamengo sobreviveu a um período em que foi amplamente dominado.
Em belo lance de Andreas, Flamengo vira o jogo
A segunda etapa começou com um panorama muito parecido dos primeiros 45 minutos de jogo. Ofensivamente o Fluminense conseguia ser mais efetivo, contra um Flamengo que, além das dificuldades com bola, sofria para proteger sua última linha de defesa.
As dinâmicas de Jogo Apoiado de Fernando Diniz induziam a marcação do Flamengo e geraram espaços tanto pelos lados, quanto pelo corredor central. Causando indecisão na marcação rubro-negra e consequentemente homens desmarcados do Fluminense.
Aliás, fica uma sugestão bem interessante para conhecer mais as dinâmicas de Jogo Apoiado, que diferem bastante das ideias de Paulo Sousa. O material produzido pelo analista João Nogueira ilustra de forma bem didática algumas ideias de Diniz.
Contudo, o futebol segue sendo um esporte que privilegia a eficiência. E desta forma o Flamengo chegou ao seu segundo gol. No único chute ao gol em toda etapa final, Gabi marcou mais um gol decisivo em clássicos.
E a tão cobrada verticalidade dos volantes foi a chave do gol. Em transição ofensiva, Andreas recebeu de Arão e acionou Gabi em progressão. Após ótima associação entre a dupla, Andreas serviu para o camisa 9 somente completar para o gol. 2×1.
Fla se defende mal, mas sai vitorioso do Maracanã
Com a vantagem no placar, o Flamengo baixou suas linhas de marcação e passou a abdicar da posse de bola. Todavia, além de não conseguir se defender de forma efetiva, não conectava contra-ataques. E assim passou seu pior momento no jogo.
Diniz fez duas mudanças agressivas com as entradas de Caio Paulista e Matheus Martins nos lugares de Yago Felipe e Wellington. Arias passou a atuar mais centralizado e André se tornou um terceiro zagueiro para liberar os alas. Pedro entrou no lugar do extenuado Arrascaeta.
Com Ganso ainda mais recuado, o Fluminense construiu grande chance de gol Matheus Martins. O centroavante fez belo facão após passe na medida do meia e parou em Hugo. Minutos depois, Manoel quase marcou após escanteio. Hugo fez mais uma grande defesa.
Fluminense fez mais duas mudanças ousadas com Willian e Felipe Melo. Manoel passou a ser um “lateral” pela esquerda e Felipe Melo o único zagueiro da equipe. Já Paulo Sousa remodelou o Flamengo num 5-3-2 com Pablo, Vitinho e Isla. Gabi por vezes fechava o lado direito.
O Fla seguia sem conseguir contra-atacar, mas ao menos conseguiu ser pouco agredido após as mudanças. Com a opção de proteger a profundidade com muitos jogadores, a equipe compensava as dificuldades para lidar com arrastes do ataque tricolor com mais jogadores próximo à área.
Em sua cartada final, Diniz pôs a campo o sexto atacante na equipe com John Kennedy no lugar de Samuel Xavier. Luiz Henrique passou a atuar na ala direita. Já Paulo Sousa optou por Lázaro no lugar de Gabi para proteger melhor o corredor lateral em 5-4-1.
No abafa final, o Fluminense teve mais duas chances de empatar o jogo. Matheus Martins conseguiu se livrar de Arão com facilidade e obrigou Hugo a fazer grande defesa. Após chuveirinho de André, Cano cabeceou para mais um milagre do arqueiro rubro-negro.
O clássico se encerrou com a nítida sensação que o Fluminense foi superior, mas não conseguiu transformar seu domínio em gols. Algo em que a torcida rubro-negra se acostumou a passar nos últimos jogos. Porém, dessa vez o Flamengo foi a equipe que venceu sendo inferior.
Paulo Sousa segue ganhando fôlego com a sequência de ótimos resultados. Porém, foi uma vitória preocupante. Mesmo com ressalvas sobre a dificuldades do calendário e dos problemas internos do clube, o Flamengo é obrigado a apresentar um melhor futebol.
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