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A melhor versão do Flamengo triunfou em Buenos Aires e praticamente garante a terceira decisão de Libertadores em quatro anos


Para ter alguma chance nessa encardida semifinal, o Vélez Sarsfield precisava realizar o jogo perfeito no José Amalfitani. Esteve muito longe disso. Para piorar a situação, encontrou-se com o Flamengo em uma jornada digna de suas melhores versões, mesmo considerando os parâmetros desse Flamengo. A sonora e insuspeitável goleada por 4 a 0 faz com que a partida de volta seja uma mera formalidade, pois nem os mais abnegados secadores vão se dar ao trabalho de assistir ao jogo, em vez de realizar algum programa mais emocionante — participar de uma reunião de condomínio, visitar algum parente distante. Mais provável uma herança inesperada que a reviravolta argentina.

Para escancarar as portas rumo à sua terceira decisão de Libertadores em quatro anos, o Flamengo adentrou na cancha de Liniers disposto a impor sua hierarquia técnica. Se antes do jogo a torcida do Vélez havia protagonizado uma recepção maravilhosa para a equipe, já com poucos minutos contentava-se em comemorar, entre sussurros, qualquer passe certo da equipe de Cacique Medina. O domínio rubro-negro até que demorou a ser traduzido em vantagem: só aconteceu aos 32 minutos, após o inabalável centroavante Pedro pentear com a ponta da chuteira o cruzamento perfeito de Léo Pereira, um desses protagonistas improváveis que volta e meia os grandes times nos apresentam.

Na véspera e mesmo durante o dia do jogo, o Flamengo passara reclamando sobre um suposta tentativa do Vélez de tentar equilibrar a balança ao prejudicar seu próprio campo de jogo. Convenhamos que isso só poderia ser explicado por alguma paranoia emergencial ou pela mais sorrateira genialidade

velezana.

Porque era exatamente isso que precisava ter sido feito, já que antes de terminar o primeiro tempo veio o segundo gol, evento que resume o potencial desse Flamengo ao envolver todo seu quarteto ofensivo: de Pedro para Everton, que toca para Arrascaeta, que aciona Gabriel e, já com ares de FUTEVÔLEI, a bola chega novamente para Everton escorar para as redes. O Fortín de Liniers estava com as trancas arrebentadas: não apenas havia sido tombado, mas os próprios invasores já estavam sentados no sofá e com a posse do controle do videogame.

Se o presidente do Vélez recebesse alguma luz superior, um mensagem de Whatsapp que fosse, teria mandado passar um arado no gramado durante o intervalo, nem que fosse pela própria piada futura. Pois o que se desenhou no segundo tempo tomou ares assustadores e certamente vai comprometer por algumas décadas a autoestima nos campos do oeste de Buenos Aires. Com Gabriel convertido no mais ágil e solícito garçom da noite

porteña

, um fernet na destra e um litrão de cerveja na canhota, o Flamengo marcou mais dois gols, obviamente com Pedro, o homem que assinou um pacto com as redes — poderia ser seis ou sete, mas às vezes o andar da noite aconselha que se dê uma debreada nos motores.

O Vélez Sarsfield não é um time desprezível, dentro das suas possibilidades. Conta com bons jogadores, entre jovens e veteranos, e está no rodapé do campeonato argentino justamente porque havia priorizado a Libertadores. Mas a distância para esse Flamengo é como a de um isqueiro para o cometa Halley — com o jogo decidido, Dorival Junior mandou a campo Arturo Vidal e Everton Cebolinha. Diante de um Flamengo que estava disposto a reviver suas grandes jornadas do passado muito recente, as proporções se tornam quase incalculáveis.

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