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Coutinho: As muitas similaridades de Renato no Grêmio e no Flamengo


Renato Portaluppi teve seu esperado desligamento do Flamengo anunciado na tarde desta segunda-feira. Foram quase cinco meses no cargo, pouco tempo em comparação aos mais de quatro anos que dirigiu o

Grêmio

em sua última passagem. Mas o roteiro dos dois trabalhos é muito parecido e reflete exatamente o que ex-ponta é como treinador. Identifica bem os problemas inicialmente, consegue uma boa sequência e gere o ambiente com habilidade, mas não

sustenta a sequência por falta de conteúdo mais elaborado dentro de campo.

É bem verdade que este processo se deu com muito mais velocidade no Flamengo. Compreensível. Não era unanimidade entre os torcedores e até mesmo entre os membros da diretoria ao ser contratado, o que contribui para questionamentos fortes em momentos ruins. No Grêmio, é o principal nome na história do clube. Literalmente se sustentou no cargo por mais de dois anos com um

futebol

muito questionável por ter esta condição.

Qualquer outro em seu lugar seria demitido

.

Renato chegou ao Flamengo em meio a um turbilhão de problemas de relacionamento de Rogério Ceni, seu antecessor, com atletas e alguns funcionários do clube. A equipe vinha de uma sequência ruim em campo, mas assombrada pelos desfalques que fizeram o time oscilar sob o comando do mesmo Portaluppi. Nada tão fora da curva.

Assim que chegou, teve à sua disposição o retorno de titulares que estavam disputando a Copa América ou aqueles que estavam lesionados. O cenário ideal para começar a implementar suas ideias. Soube entender quais eram os principais problemas do time, e o grande acerto foi tentar aproximar a movimentação ofensiva da equipe do que era feito com Jorge Jesus em 2019/2020.

Jesus criou um conjunto de movimentos quando o Flamengo estava em fase ofensiva que foi visto em alguns períodos com Renato. A memória tática dos atletas, somada a um ambiente mais leve, fez o time emendar goleadas e vitórias. Ele também tentou tirar a responsabilidade de empurrar o adversário pra trás a todo momento. Não foram poucos os jogos em que o rubro-negro abria o placar e recuava para ter espaços para o contra-ataque. Estratégia válida quando as goleadas surgiam assim, mas que começou a incomodar a torcida quando as coisas não fluíam.

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Renato Gaúcho e William Arão lamentam derrota do Flamengo contra o Palmeiras na final da Libertadores

Imagem: AFP

Outras mexidas de Renato vieram na parte defensiva. O time marcava por zona havia algumas temporadas e passou a marcar por encaixes e perseguições, algo que prejudicou o desempenho de alguns atletas, principalmente na parte física. Na bola parada, trocou a marcação para ”predominantemente individual”, a equipe levou mais gols desta forma, e depois voltou a marcar por zona como algo predominante, como era antes de sua chegada.


Um fator positivo foi a melhora da equipe nas finalizações

. Com Ceni e Dome, o Flamengo criava mais, mas perdia muitas chances de gol. Sempre afobado nos momentos de definição. Com Renato, isso mudou bastante. A equipe passou a precisar de poucas chances para vencer, e basicamente todos os atacantes melhoraram o percentual de acerto nos arremates. Michael é o principal exemplo. Cresceu não só nas finalizações, mas em boas ações dentro de campo.

Os desfalques, porém, vieram, e com eles a ausência de soluções para tornar a equipe competitiva. Mesmo com um elenco melhor do que Jorge Jesus tinha em 2019, Portaluppi não conseguiu honrar a polêmica declaração que deu há dois anos. Não conseguiu vencer tudo com um time de ”200 milhões”. Este Flamengo, aliás, custou muito mais do que isso. Nem o retorno dos principais atletas na sequência fez a equipe reagir e a pressão só cresceu.

Se no Grêmio conseguiu manter o bom desempenho da equipe durante as duas primeiras temporadas, e depois viveu da idolatria que havia construído no Tricolor, no Flamengo não repetiu. Renato sai do rubro-negro no mesmo viés que sua carreira como treinador voltou a ter em meados de 2019, quando o Imortal passou a jogar mal, em baixa.

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