Uma estratégia desenhada pelo técnico Dorival Júnior dá ao
Flamengo
a possibilidade de sonhar com uma meta ambiciosa: terminar o ano com uma tríplice coroa inédita. O time rubro-negro está na final da
Libertadores
e com boa vantagem (dois gols) para disputar em casa, contra o São Paulo, uma vaga na decisão da
Copa do Brasil
. No
Brasileiro
, Dorival optou por usar a chamada “escalação alternativa” que, pouco a pouco, ganhou corpo, ritmo de jogo e obteve resultados importantes que mantém a equipe viva na competição, como vice-líder.
Dorival chegou à Gávea no início de junho, para ocupar
o cargo do demitido Paulo Sousa
. A estreia, contra o Internacional, aconteceu apenas horas após o primeiro contato com o elenco. Após alguns deslizes no início da trajetória, fez testes e achou uma base em meio ao apertado calendário.
A “virada de chave” aconteceu após a
goleada por 7 a 1 sobre o Tolima
, no jogo de volta das oitavas de final da Libertadores. A escalação daquela partida passou a ser considerada a titular e utilizada nos torneios eliminatórios, enquanto o “time B” passou a ser escalado no Brasileiro.
Com a equipe reserva ou mista, perdeu o primeiro jogo (1 a 0 para o
Corinthians
), mas depois venceu seis e empatou dois no Brasileirão. Sendo assim, somou 20 pontos em 24 possíveis e manteve o Palmeiras ainda à vista.
Atualmente, são sete pontos de diferença, com 13 rodadas a serem disputadas. A inspiração pode vir de um passado nem tão distante. Em 2009, ao fim da 29ª rodada, o líder Palmeiras, mesmo rival de hoje, tinha 54 pontos e o Fla, em quinto, 47. Já em 2020, o São Paulo chegou a estar, ao fim da 21ª rodada, com 43 pontos, contra 36 do time da Gávea.
Imagem: CARL DE SOUZA / AFP
“A gente está nas três competições. Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro. Estamos sete pontos atrás do Palmeiras, a diferença chegou a 13. Temos 13 rodadas pela frente, a gente acredita na capacidade do trabalho do Dorival e de todos os profissionais para que a gente possa correr atrás dos três títulos”, disse o diretor de
futebol
Bruno Spindel, ao
UOL Esporte
.
“O foco é ter a melhor equipe disponível em campo para que o Flamengo possa vencer tudo. A gente quer conquistar tudo. O importante no fim da temporada é que o Flamengo ganhe títulos. É um trabalho desde a montagem do elenco. A temporada no Brasil é duríssima”, completou.
Reforços na última janela, o
volante Vidal
e o
atacante Cebolinha
são alguns dos nomes que vêm sendo utilizados com frequência também nos jogos das Copas. O atacante Marinho, que
vive nova fase no Rubro-Negro desde a chegada de Dorival
, também. O camisa 31, inclusive, fez o gol da vitória contra o Vélez Sarsfield, na última quarta-feira, em resultado que assegurou o Fla na decisão continental.
A trajetória nacional teve de se adaptar também às perdas. Andreas Pereira, Arão, Gustavo Henrique, Vitinho e Lázaro estavam sendo utilizados, mas deram adeus ao clube no mais recente período de transações.
O ritmo permitiu que a comissão poupasse Thiago Maia e
Gabigol
, pendurados, na última quarta-feira, ou fazer com que a ausência da dupla de zaga Léo Pereira e David Luiz, suspensos, não se tornasse um obstáculo grande demais.
Apesar da conjectura desenhada, Spindel garante que não há prioridades no calendário rubro-negro, e o Brasileiro não está em segundo plano em relação às outras competições.
Não tem segundo plano. Toda a competição que o Flamengo disputa há a mentalidade de vencer. Passando o Vélez, o jogo mais importante é o Goiás. Depois, o São Paulo, Fluminense, e assim sucessivamente”.
Bruno Spindel, diretor de futebol do Flamengo
O diretor ressalta que as ‘premissas orçamentárias’ definidas para a temporada — ficar em segundo lugar no Brasileiro e chegar às semifinais da Copa do Brasil e Libertadores — não têm ligação direta com as metas esportivas delineadas pelo departamento.
“São premissas orçamentárias para todas as competições. O recurso que você tem disponível e tem que ser compatível com a expectativa de performance esportiva. É ter uma coerência entre o recurso e a performance. A meta é título. Mas para construir o orçamento, que é uma peça financeira, é preciso premissa. Não seria responsável, financeiramente, colocar uma performance diferente. A premissa que é razoável do ponto de vista financeiro é o que tá no orçamento. Mas as metas esportivas são os títulos”, afirmou.
“O planejamento esportivo segue a meta e objetivo de conquistar títulos. Não tem qualquer relação com premiação maior ou menor no orçamento. O Flamengo vai buscar o título, independentemente do que tiver no orçamento”.
Cenário diferente em 2019
A passagem de Jesus pelo Flamengo ficou, dentre outros pontos, marcado por uma frase em que ele disse não ser da cultura dele poupar jogadores. A resposta foi após a vitória sobre o Fortaleza, na Arena Castelão, pelo Brasileiro, e a uma semana da semifinal da Libertadores, contra o Grêmio.
“Minha cultura não é essa (de poupar). E os jogadores provam domingo a domingo. Descansar? Isso não existe. Vamos descansar nos dias que temos. Quinta, sexta, sábado? Domingo é para correr. Se tivermos jogadores com sinais de lesão, é outra coisa”, disse, à época.
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