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40 anos do Mundial do Flamengo: relembre como foi a festa dos rubro-negros no Rio


Há 40 anos, o celular ainda estava em desenvolvimento, e a internet só existia nos laboratórios de universidades americanas. O contato com estas tecnologias acontecia pelo noticiário especializado ou por histórias de ficção científica. A comunicação era muito mais limitada, o que dificultava a organização de grandes encontros de forma rápida. Eventos que mobilizavam a cidade costumavam ocorrer em datas específicas, como os feriados. Mas, na madrugada de 13 de dezembro de 1981, o Rio viveu um carnaval fora de época.

O título mundial do Flamengo, que amanhã completa 40 anos, foi um acontecimento. O apito final no Estádio Nacional de Tóquio, onde Zico & Cia aplicaram 3 a 0 no Liverpool, deu início a uma comoção pelas ruas da cidade. Mas foi na Lapa, na região central, o evento mais lembrado até hoje.

A pedido do Fla, a prefeitura montou um telão nos arcos. Márcio Braga, que havia deixado a presidência do clube no ano anterior, solicitou ajuda às lideranças das organizadas para instalar um telão e alugar um trio elétrico.

— Nunca gostei de acompanhar o time no exterior. Deixei de ir para o Japão para ficar com a torcida. Foi um festão — recorda-se Braga, que do alto do trio gritava e cantava no microfone. — Hoje, tenho 85 anos. Na época, estava com 45. Foi mole.

A bola rolou à meia-noite (de Brasília). O trio começou a se deslocar logo após a partida. Lá de cima, Roberto “Ladrilheiro” (torcedor famoso por invadir o campo na final do Carioca de 81) era convidado de honra. A charanga rubro-negra foi responsável pelo som. Mas logo cansou, e as baterias das organizadas assumiram.

— Imagina se alguém queria saber de qualidade musical naquele momento? — diz Cláudio Cruz, um dos fundadores da Raça Rubro-negra.

Da Lapa, o trio passou por Glória, Flamengo, Botafogo, Copacabana… até a sede da Gávea. Inicialmente, cerca de 2 mil o acompanhavam. Mas a festa foi ganhando adesões e crescendo em volume. Só parou com o dia claro.

— Imagina 20 mil, 30 mil curtindo a madrugada toda. Chegamos esgotados. Mas foi lindo — lembra Cruz.

Depois que a agência de viagens com a qual negociou não cumpriu sua parte, Cruz ficou no Rio e ajudou a organizar a festa. A quem lhe diz que perdeu um momento único em Tóquio, tem a resposta na ponta da língua:

— Quem não esteve na festa perdeu também. Foi única, divina. Para nunca esquecer.

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